“O apressado” ( parte I )

Entre os milhares de matizes pitorescos que contornam a psicologia humana, nenhum é tão curioso e extravagante como a impaciência, quando se manifesta com o perfil da pressa.

A memória dos fatos observados faz recordar um personagem que vivia em constante agitação. Tomava o café da manhã apressadamente, pondo-se intolerável se num instante não fosse servido satisfatoriamente, embora depois demorasse duas horas lendo o jornal. Saía de casa com invariável pressa, irritando-se com qualquer demora ou contratempo que lhe impedisse chegar rapidamente ao seu serviço habitual. Mas não levava em conta o tempo que tardava para começar a trabalhar.

Andava pelas ruas como quem cumpre urgentes diligências, e, cada vez que encaminhava um assunto qualquer, sempre se referia à escassez de seu tempo, protestando com ira quando alguém demorava um minuto para atendê-lo.

Dava a impressão de sempre estar ocupado com assuntos importantes, embora nada lhe impusesse urgência para ter tais pressas; ao contrário, muitas vezes era visto perdendo lamentavelmente o tempo em coisas pueris ou em conversas intranscendentes.

Durante sua juventude, começou uma e mais vezes diferentes carreiras universitárias, sem conseguir nunca formar-se em nenhuma delas, pois que, tão logo começava seus estudos, apoderava-se dele uma voraz ansiedade por concluí-los quanto antes, de tal forma que, não podendo conter seu apressamento, decepcionava-se, deixando truncado seu propósito. De igual

modo atuava, enfim, com tudo o mais, sendo sua vida, por causa dessa deficiência, uma constante sucessão de desventuras.

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(Carlos B. G. Pecotche – do livro Intermédio Logosófico)

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