Parentes de jovem encontrada morta dentro de carro farão passeata para pedir justiça

Parentes e amigos de Vitória de Oliveira Rodrigues, de 18 anos, que foi encontrada nua e desacordada dentro do carro do namorado, em Duque de Caxias, farão uma passeata silenciosa, no próximo domingo, para pedir empenho da polícia na investigação da morte da jovem. Segundo a mãe da vítima, Viviane Almeida de Oliveira, de 38 anos, amigas da filha contaram que ela saiu de uma festa, na noite de domingo, discutindo com o companheiro, de 30 anos, cujo nome não foi divulgado pela polícia. A jovem só foi localizada na madrugada de segunda-feira, por parentes do namorado, que a levaram para o posto de saúde de Campos Elíseos, onde ela já chegou sem vida. Viviane contou que viu marcas roxas no pescoço da jovem ao reconhecer seu corpo no hospital. Ela também percebeu que o pingente de um cordão usado pela filha estava amassado. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

– A pessoa que socorreu minha filha disse que ela estava viva quando chegou no posto, mas um documento mostra que ela já chegou lá sem vida. Também disse que eles devem ter respirado gás do carro e ficaram desacordados, mas o carro não estava num lugar fechado. Além disso, só a minha filha morreu, ele não. A roupa dela não apareceu até agora. Tem muitas contradições nessa história e eu só quero saber o que realmente aconteceu com a minha filha dentro daquele carro – desabafou Viviane, no fim da manhã dessa quinta-feira, ao conversar com jornalistas no pátio da DHBF, em Belford Roxo.

O corpo de Vitória foi enterrado nesta quarta-feira, no Cemitério Tanque do Anil. O namorado não foi ao enterro. A última vez que o jovem teve contato com a família de Vitória foi no posto de saúde. De acordo com o família do jovem, ele também estava nu e desacordado. Ao acordar, reclamou de dores no corpo, mas foi liberado e levado por policiais para depor. De acordo com Maria José Guedes da Silva, de 33 anos, amiga da vítima, o namorado de Vitória era possessivo e já tinha agredido a jovem outras vezes ao longo dos três anos de relacionamento.

– Agrediu ela varias vezes. A situação mais grave foi em abril do ano passado, quando ele jogou ela do carro em movimento, na Rodovia Washington Luiz, e ela teve traumatismo craniano. Quando a mãe da Vitória teve conhecimento disso, por meio de uma amiga, ele proibiu a Vitória de falar com a mãe por seis meses, porque não queria que ela se metesse no relacionamento. Ele também era possessivo e proibiu ela de falar com os amigos dela – contou Leidiane.

Viviane diz que só falou uma vez com Ruan, por telefone, e que a filha não permitia que ela interferisse no relacionamento.

A Polícia Civil informou, em nota, que “foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte” e que diligências buscam testemunhas e imagens. A Polícia Civil não respondeu se o namorado é suspeito. A declaração de óbito aponta que a causa da morte depende de exames laboratoriais.

Vitória morava com os avós em Campos Elíseos e havia começado seu primeiro emprego formal, há um mês, como atendente de uma loja. Ela também vendia doces pela internet para pagar a escola, pois pretendia concluir os estudos e sonhava passar no vestibular de Medicina.

– Ela era alegre e companheira. Tinha muitos planos e vivia a vida intensamente, como qualquer garota de 18 anos – diz Leidiane.

A passeata na qual os parentes e amigos de Vitória vão pedir Justiça vai acontecer no domingo. O percurso terá início no posto de saúde de Campos Elíseos e vai até o local onde foi encontrado o carro. O horário não havia sido definido até a publicação desta reportagem.

error: Conteúdo protegido !!