Copacabana será novamente o local da 12º Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Será no domingo, dia 15 de setembro de 2019, a partir das 11h saindo do Posto 6. A perspectiva é receber mais de 100.000 pessoas na Orla de Copacabana, numa manifestação de paz e a favor da liberdade religiosa.

Há vários anos, as várias instituições organizadoras da caminhada, entre elas o CEAP e a CCIR vêm chamando à atenção da sociedade civil para o perigo de uma ditadura religiosa em um país como o Brasil, que é diversificado, repleto de crenças e culturas, e laico.

Em junho de 2019, o Ministério dos Direitos Humanos (MMFDH) registrou no Disque 100 506 casos. Entre os segmentos mais atingidos estão umbanda, com 72 denúncias, candomblé com 47, testemunhas de Jeová, com 31, matrizes africanas, com 28 e outros segmentos evangélicos, com 23. As cidades campeãs de casos são Natal, com 191 casos, seguido de São Paulo, com 91 e Rio de Janeiro com 61. Desde 2015, Natal lidera o ranking e as outras duas regiões têm rodiziado o segundo e terceiro lugar.

Entretanto, para o jornalista Adriano Dias, estes números não refletem a realidade: “Em nossa vivência, mesmo com a criação de mecanismos proteção – o que acompanhamos no dia-a-dia, principalmente da Baixada Fluminense -, são vários atos de violência com motivação de intolerância religiosa, que tem forte fundo de ódio racial”. Adriano afirma que “assim como outras violações, muitas não são registradas e até entendidas como corriqueiras devido ao processo de posições hostis à democracia a uma sociedade mais igual. O que tem piorado pelo posicionamento de líderes políticos e religiosos promovendo e endossando tais violências”.

O Rio tem uma Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) – que fica na Rua do Lavradio 155, Lapa – e é único estado do Brasil a ter lei – número 7.855/18, de autoria dos deputados André Ceciliano e Carlos Minc – que criminaliza a prática da violência motivada por preconceito religioso.