Primeiro dia útil de controle de acesso nos trens, metrô e barcas tem longas filas

A restrição é uma das medidas para isolar a capital. O controle começou no último sábado e somente passageiros que trabalham em serviços essenciais, mediante comprovação, podem embarcar nos transportes

 

 Passageiros da Super Via, Metrô e Barcas enfrentam muitas filas no primeiro dia útil do controle de acesso montado pela Polícia Militar, nesta segunda-feira. A restrição é uma das medidas para isolar a capital do Rio.

Logo pela manhã, por volta das 4h30, passageiros da SuperVia que saíam de Nova Iguaçu encontraram bloqueio feito por policiais militares na principal estação da cidade. Uma fila gigantesca se formou na passarela e percorreu a via principal da região.

“Só pode passar pessoas que trabalham em empregos considerados essenciais. Sou da área militar, mas esqueci meu comprovante no quartel. Infelizmente terei que sofrer penalidades por conta dessa situação”, disse um jovem de 18 anos que é lotado na Base de Logística do Exército Brasileiro, localizado na Avenida Brasil, na Zona Oeste do Rio.

O controle começou no último sábado e somente passageiros que trabalham em serviços essenciais, mediante comprovação, podem embarcar nos transportes. O embarque é liberado após apresentação de documento de identidade profissional, carteira de trabalho ou crachá funcional acompanhado de identidade oficial. Quem não se encaixa, é impedido de embarcar.
Também são liberados para acessar os transportes pacientes em tratamento de saúde, com um acompanhante, desde que estejam com atestado médico, agendamento ou outro documento comprobatório da condição médica.
No Metrô, os pontos de controle ocorrem nas estações Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva e Acari, da Linha 2 e próximo às divisas da cidade com outros municípios. Também foram parcialmente fechados acessos de algumas estações pouco usadas.
Filas enormes também na Pavuna, estação final da Linha 2. Ela dobrava dois quarteirões e as pessoas reclamavam que já estavam há mais de uma hora no local. “Está uma fila enorme na Pavuna pra poder embarcar no metrô”, disse uma passageira nas redes sociais. “Enfrentei uma fila quilométrica para pegar o metrô, fiquei tão assustada que tô com dor de cabeça (sic)”, falou outra.
Na SuperVia, o controle de acesso acontece em 15 estações, com a Corte Oito sendo reaberta hoje: Japeri, Engenheiro Pedreira, Queimados, Austin, Comendador Soares, Nova Iguaçu, Mesquita, Edson Passos, Nilópolis (ramal Japeri); Belford Roxo e Pavuna/São João de Meriti (ramal Belford Roxo); Saracuruna, Gramacho, Duque de Caxias, Corte Oito (ramal Saracuruna).
Muitas pessoas tentam acessar e acabam barradas, por não estarem dentro dos serviços essenciais. “O ideal é alguém da Supervia passar na fila avisando e explicando que quem não é serviço essencial não vai entrar”, pediu um passageiro.
Gerente de uma padaria na Barra da Tijuca, Valdo Campos disse que tem autorização para entrar na estação do trem, mas por conta da enorme fila dificilmente vai chegar no horário certo em seu trabalho.
Nove estações de trens estão fechadas para embarque e desembarque: Presidente Juscelino e Olinda (ramal Japeri), Lages e Paracambi (extensão Paracambi), Coelho da Rocha, Agostinho Porto e Vila Rosali (ramal Belford Roxo) e Jardim Primavera e Campos Elíseos (ramal Saracuruna).
Já nas Barcas, foi interrompida a operação nas estações de Charitas, em Niterói, e Cocotá, na Ilha do Governador. O bloqueio com controle de acesso ocorre na linha Praça 15 – Arariboia ocorre com intervalos de 30 minutos no horário de pico (das 6h às 9h e das 16h às 18h) e de uma hora nos horários de vale e dias não úteis. Já a operação da linha de Paquetá ocorre com intervalos de até 3 horas.
No BRT, não havia fiscalização e os ônibus estavam circulando com passageiros em pé. “Não adianta apenas falar que não pode, é preciso fiscalizar. Quem precisa chegar no trabalho não vai pensar duas vezes, vai entrar no ônibus lotado”, reclamou uma passageira na estação Praça Seca, na Zona Oeste.
Ônibus que fazem trajetos intermunicipais também estão proibidos de acessar a capital, inclusive motoristas de serviços de aplicativos. Por conta das restrições, motoristas de carros particulares faziam transporte ilegal de passageiros, segundo apurou a reportagem. A Polícia Militar montou barreiras em vias de acesso à capital para impedir a circulação de quem não está autorizado.

Quem pode embarcar para o Rio

1 – Servidores públicos em serviço, inclusive aqueles relacionados às forças armadas, bombeiro militar, e agentes de segurança pública;

2 – Profissionais do setor de saúde em geral, inclusive individuais que prestem serviços de atendimento domiciliar, excetuando-se os serviços de natureza estética;

3 – Profissionais do setor de comércio relacionados aos gêneros alimentícios, tais quais mercados, supermercados, armazéns, hortifrutis, padarias e congêneres, farmácias drogarias e pet shops, revendedores de água e gás;

4 – Profissionais do setor de serviços tais quais transporte e logística em geral, como transportadoras, portos e aeroportos, motoristas de transporte público, correios, e congêneres, serviços de entregas, distribuidoras, fornecimento de catering, bufê e outros serviços de comida preparada, asseio e conservação, manutenção predial, empregados em edifícios e condomínios, vigilância e segurança privada, lavanderias hospitalares, veterinárias, funerárias, imprensa, serviços de telecomunicação e postos de gasolina;

5- Profissionais do setor industrial que exerçam atividades nas indústrias de alimentos, farmacêutica, material hospitalar, material médico, produtos de higiene, produtos de limpeza, ração animal, óleo e gás, serviços de apoio às operações offshore, refino, coleta de lixo, limpeza urbana e destinação de resíduos, distribuidoras de gás e energia elétrica e companhias de saneamento.

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