MP cumpre mandado de busca e apreensão na Cedae por crise da geosmina

De acordo com o órgão, diligências foram cumpridas para apurar a prática do crime contra as relações de consumo

   
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA/MPRJ), deflagrou, na manhã desta quinta-feira, uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão na sede da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), no Centro do Rio, e na Estação de Tratamento do Guandu (ETA-Guandu), em Nova Iguaçu.
De acordo com o MPRJ, o objetivo era à obtenção de documentos que já tinham sido pedidos a companhia outras duas vezes sobre a crise da geosmina na água. Ainda segundo o Ministério Público, diligências estão sendo cumpridas para apurar a prática do crime contra as relações de consumo, no contexto da crise na distribuição da água potável produzida pela Cedae, ocorrida no início deste ano.
Procurada pelo, a Cedae informou que presta esclarecimentos e atende aos requerimentos de envio de documentos sempre que solicitada pelas autoridades.
Confira a nota na íntegra:
“As duas diligências realizadas nesta data pelo MPRJ (GAEMA) na Estação do Guandu e na sede da CEDAE poderiam ter sido evitadas, já que em 15/09/2020 foi dado à CEDAE, nos autos do Inquérito n.º 933-00026/2020, o prazo de dez (10) dias, ainda não terminado, para apresentar os documentos. A Companhia foi surpreendida com a operação, conduzida antes do fim do prazo e no mesmo dia em que está sendo realizada a manutenção anual na Estação de Tratamento de Água do Guandu – fato que vem sendo amplamente divulgado desde a quarta-feira passada (16/09) e que demanda total atenção das áreas operacionais.”
Relembre o caso
No dia 20 de dezembro de 2019, moradores de diversos bairros do Rio de Janeiros relataram que a água que estavam consumindo em suas casas, continham cheiro podre e estavam barrentas ou amareladas. Alguns dias depois das reclamações, a Cedae informou que técnicos detectaram a presença da substância geosmina em diversas amostras da água. De acordo com a companhia, tratava-se de uma substância orgânica produzida por algas, e sua ingestão não apresentava risco à saúde dos consumidores.
Em 13 de janeiro deste ano, a Cedae resolveu usar carvão ativado pulverizado para ser aplicado no início do tratamento da água distribuída pelo Reservatório do Guandu e voltou a afirmar que a substância encontrada não fazia mal a saúde. “A substância não oferece riscos à saúde, mas altera o gosto e o cheiro da água. O fenômeno natural e raro de aumento de algas em mananciais, em função de variações de temperatura, luminosidade e índice pluviométrico, causa o aumento da presença desse composto orgânico, levando a água a apresentar gosto e cheiro de terra.”
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