COLUNA DO JOÃO MENDES – NO AR EM 19/01/2021

A REESTRUTURAÇÃO DA FORD

Esse foi o assunto da semana em todas as mídias, o anúncio da Ford dizendo que vai fechar suas fábricas  no Brasil . A que produz o  campeão  Troller vai esticar a produção até quase o final do ano e essa eu arrisco dizer que será comprada por alguém.

É uma operação pequena que deve dar lucro na mão de empresa enxuta. Aliás, a Troller era uma empresa pequena que a Ford comprou, melhorou o produto com sua tecnologia e mais recentemente disponibilizou  até  o câmbio automático  para seu modelo T4 que ficou  bem atual e desejado pelos amantes da estrada. 

Para as fábricas de Taubaté (SP) e Camaçari (BA) fica a torcida para que alguém compre, talvez alguém da indústria chinesa  que está com muita grana , e mantenha uma operação mas lembro que recentemente a Ford fechou sua fábrica de caminhões e ninguém se interessou pel o espaço . Acho que o problema se agrava em Camaçari onde foi montado um polo industrial em torno na Ford  que perdeu os incentivos fiscais em dezembro que mantinham a suas limitações financeiras . Vários sistemistas foram para a região para fornecer para um Ford.

É bem verdade que depois o grupo FCA  (Fiat Chrysler) construiu sua fábrica no estado de Pernambuco e alguns fornecedores da Bahia podem estar causando para   mas a situação na região vai ficar muito ruim porque o entorno crescer com uma demanda que vai acabar.

A Ford no ano de 2020, um ano ru i m para  a indústria, vendeu 139,139 unidades, uma queda de 36% em relação a 2019 quando atingiu a marca de 218.432 unidades. Agora imagina a situação dos fornecedores de pneus, rodas, vidros, bancos, sistemas elétricos, faróis, lanternas, etc. O impacto vai ser muito grande.

A Ford foi a 5ª montadora do Brasil em 2020. Em Camaçari a cidade cresceu muito depois da Ford, novos  hotéis, restaurantes,  ampliação do  comércio em geral  e todos vão  perder  muito e certamente muitos vão fechar as portas.  A Ford afirma que vai manter em Camaçari seu centro de desenvolvimento, que tem um tempo de engenheiro de altíssimo gabarito, e podem trabalhar até criar produtos  q ue serão fabricados em outros países. O campo de provas da empresa em Tatuí (SP) também será mantido.

A Ford,  lá nos Estados Unidos,  já tem um tempo que definiu que só iria produzir picapes, SUVs e o icônico Mustang. O Brasil deu azar de não produzir aqui  essa linha. A picape Ranger é residente na Argentina e o comercial Transit no Uruguai. Não é nada contra o Brasil, especificamente e eu lembro que o Focus, nas suas versões sedã e hatch, foi produzido na Argentina e a produção parou em maio de 2019.

Você pode até falar que eles vão continuar com os SUVs pelo mundo e o Ecosport é um SUV mas é compacto, tem pouco mercado lá fora e aqui está tomando uma surra do Volks T-Cross, Jeep Renegade, Chevrolet Tracker, Hyundai Creta e Nissan Kicks . Mas a Ford vai continuar no Brasil, não vai embora não! Está fazendo essa região e vai continuar ve n dendo a picape Ranger, o comercial Transit, o SUV premium Territory que vem da China e foi muito premiado no Brasil, o esportivo Mustang, deve lançar outro ícone da marca, o Bronco (FOTO), que  foi produzido nos Estados Unidos de 1966 a 1996 e agora volta com força total na sua 6ª geração,  e ainda tem os carros elétricos que já já está por aqui em grande número .

Para os clientes da Ford que possuem os carros que sa í ram  de linha ficam as dúvidas sobre o atendimento, as peças, etc. Outra dúvida é o que vai acontecer com as aproximadas 350 concessionárias da marca. Esse número vai diminuir? Algumas vão f echar? Mudar de band eira? Isso só o tempo irá mostrar. 

própria  empresa  em seu site, afirma: “A Ford continua comprometida com os clientes no Brasil e na América do Sul com um modelo de negócios ágil e sustentável baseado em uma linha de veículos icônicos, conectividade e eletrificação. A Ford está ativamente presente no Brasil atendendo seus clientes com um portfólio de SUVs, picapes e veículos comerciais modernos e conectados ”.  

A Ford na verdade vai começar uma nova era focada não em números expressivos de venda mas num lucro que não vem obtendo faz tempo.

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