‘Eles (os PMs) só queriam saber dos bandidos’, diz madrinha de Kathlen sobre socorro à grávida

Parentes de Kathlen de Oliveira Romeu, a grávida de 24 anos morta no Complexo do Lins, seguem questionando a versão de que havia um confronto entre PMs e bandidos no momento em que a jovem foi atingida. Além disso, a família afirma que os policiais que estavam no local não prestaram o devido socorro à vítima.

— Não teve troca de tiros. Eles mataram ela. A avó pedia socorro e eles só queriam saber dos bandidos — diz a esteticista Monique Messias, de 41 anos, madrinha de Kathlen.

Nesta quarta-feira, durante o enterro da jovem, a mãe dela, Jackeline Lopes, também cobrou as autoridades.

— Quero Justiça nem que seja a última coisa que eu faça na vida — gritou.

Um inquérito aberto na Divisão de Homicídios da Capital investiga as circunstâncias da morte da vendedora. Já foram apreendidas 21 armas (dez fuzis calibre 7.62; dois fuzis 5.56; e nove pistolas calibre .40) de cinco policiais militares que teriam participado da troca de tiros com traficantes da região. Os agentes prestaram depoimento na especializada. A jovem foi atingida por um tiro de fuzil, que transfixou seu tórax.

Em depoimento, os cinco policiais disseram que, após cessar o confronto, se depararam com a jovem baleada. Eles negaram terem sido autores do disparo que a atingiu por não haver ângulo para acertarem a design de interiores no local onde ela caiu.

Kathlen havia anunciado a espera pelo primeiro filho em um perfil nas redes sociais seis dias antes de morrer. No texto emocionado, ela fala das expectativas e experiências relativas à maternidade recém-descoberta. “Sabe aquela menina-mulher que as pessoas admiram e têm orgulho? Hoje ela quer ser mais e mais! Tudo por esse serzinho que eu carrego aqui dentro!”, escreveu.

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