Guerra interna na milícia que era chefiada por Ecko tem vans incendiadas e mortos na Zona Oeste

Segundo moradores, disputa é entre os milicianos Danilo Dias Lima, o Tandera, e Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko. Rivais disputam o controle de bairros da Zona Oeste

   
  Pelos menos sete vans que fazem transporte alternativo de passageiros foram incendiadas na manhã desta quinta-feira (16) em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste do Rio. Testemunhas relatam que a ação acontece por conta de uma guerra interna na maior milícia do estado. A Polícia Militar confirmou duas mortes decorrentes do confronto.
Por conta das sequências de ataques, a PMs reforçaram o policiamento na região da Estrada do Campinho, principal ponto onde milicianos foram flagrados ateando fogo nos veículos. Ônibus foram tirados de circulação temporariamente por medida de segurança, e as ruas da região estão vazias.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para ocorrências de incêndios em vans em três pontos diferentes da Zona Oeste. Na Rua Agai, em Paciência, equipes controlaram as chamas em duas vans. Em Campo Grande, na Estrada do Tingui, outros dois veículos foram incendiados. Bombeiros estiveram também na Avenida João 23, em Santa Cruz, para combater o fogo em uma outra van.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram homens armados com fuzis incendiando uma van e logo em seguida atirando para o alto. Moradores relatam clima de terror na região.
“Gente, muito cuidado. Estão parando as vans e incendiando. Eles estão querendo matar qualquer um que estiver pela frente”, disse uma moradora. Ainda segundo moradores, houve ataque na região durante a madrugada e um homem que seria fiscal das vans foi morto a tiros.
O que diz a Polícia Militar
O tenente coronel Ivan Blaz, porta-voz da PM, disse que policiais que estavam empregados em uma operação na Vila Kennedy, também na Zona Oeste, foram desviados para reforçar o policiamento na região onde houve os ataques. 

“Nossa missão é prioritariamente estabilizar a área. Assim que a Polícia Militar tomou ciência dos primeiros ataques às vans, nós desviamos todo o nosso efetivo que estava empenhado em uma operação na Vila Kennedy”, disse Blaz, em entrevista à TV Globo. 

“Prioritariamente, nossa missão é patrulhar as ruas, garantir que estes ataques sejam interrompidos de uma vez por todas para que, assim, a Polícia Civil possa vir com seu braço investigativo e apuratório e identificar os marginais que protagonizaram estes ataques”, completou o porta-voz.

Vans e ônibus fora de circulação
Por conta dos ataques, motoristas de vans retiraram seus veículos de circulação. Ônibus que circulam na região também tiveram linhas afetadas ou interrompidas momentaneamente. “Parte da frota que circula na região afetada teve suas linhas remanejadas ou interrompidas momentaneamente para garantia de segurança de passageiros e motoristas, bem como para evitar atos de vandalismo e incêndios criminosos a ônibus. O Rio Ônibus ressalta a necessidade de maior atenção das forças de Segurança Pública no patrulhamento dos itinerários, permitindo que o transportes da população opere sem danos”, informou o Rio Ônibus, em nota.
Guerra é pelo território de Ecko, morto em junho
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho, durante uma operação da Polícia Civil, os bairros de Santa Cruz, Paciência e Campo Grande são alvos de disputas entre dois grupos de milicianos: um deles é comandado por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko e que ficou com o espólio territorial do miliciano. Do outro lado, Danilo Dias Lima, o Tandera, tenta avançar sobre os bairros que são dominados pela família Braga.
No último sábado, em Santa Cruz, um grupo de quatro homens armados invadiu um posto de gasolina e executou um homem que estava dentro de um carro. Dentro do veículo da vítima, policiais encontraram um carregador de pistola e um colete balístico. A Delegacia de Homicídios (DHC) e a 36ª DP (Santa Cruz) investigam se o caso tem relação com a disputa entre os milicianos.
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