Questão de Gênero – 04/01

Manifestação promete “Lesbianizar o CCBB”
“Lesbianizar o CCBB”. Este é o título da manifestação contra a discriminação de lesbofobia que será realizada, às 18h, desta quarta-feira (4) no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Centro do Rio. O protesto é um repúdio ao episódio ocorrido com a freqüentadora Éri Gomes na semana passada e denunciado na internet, onde ganhou grande repercussão.  Até a tarde de ontem o relato da pagina do CCBB registrava mais de 45 mil visualizações e mais de dez mil compartilhamentos.
Segundo Éri o fato aconteceu na noite do dia 30 de dezembro, quando visitava o CCBB com a namorada. “uma funcionária do espaço chegou acompanhada do namorado, que escreveu “meu pau” num quadro imantado destinado ao público infantil, para atividades relacionadas à exposição “Mondrian e o movimento De Stijl”. “Ok, não foi ela que escreveu, mas a atitude foi bem inadequada pra quem está trabalhando. Quando eles saíram, removemos a frase e continuamos lá. Ficamos sem acreditar que funcionários fariam isso (nessa hora estávamos achando q ele também trabalhava lá). O cara que escreveu voltou outras vezes pra nos olhar (…) Passamos em frente a sala das crianças e ele estava saindo de lá. Agora o recado era “FORA LÉSBICA”, relatou.
Em nota, o CCBB disse que “a funcionária (Aline Costa de Almeida) pertence ao quadro de colaboradores terceirizados e foi afastada, não exercendo mais atividades no CCBB RJ”. E que “o fato narrado contraria os valores e o trabalho educativo e afirmativo que a instituição vem realizando ao longo da sua história contra a intolerância e a favor da diversidade étnica, sexual, de gênero e religiosa”.
O caso foi registrado na 1ª DP (Praça Mauá) e a Polícia Civil identificou ontem  o autor da discriminação. De acordo com os agentes, as vítimas devem ir ao Centro de Cidadania LGBT da Capital, no Centro do Rio, para fazer o reconhecimento do criminoso.
As organizadoras do protesto de hoje afirmam que “O CCBB é uma instituição conhecida por suas grandes exposições, filmes e peças, quase sempre feitos em todas as etapas por nós LGBTS”, diz trecho da proposta do evento. “Porém, na hora de reconhecerem nosso afeto e amor, nos expõem ao ridículo e são preconceituosos”, acrescenta o manifesto. A proposta é “ocupar o hall do CCBB com os nossos corpos sapatões, viados, travestis, transsexuais e bissexuais. Vamos mostrar pra eles que Mondrian não é nada colorido perto da gente”.
Nossa sociedade já alcançou em uma etapa, na qual todos os seres humanos, independente de gênero, cor ou raça devem ser tratados iguais e com respeito. Não podemos retroceder.

por Ana Paula Moresche

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