Centrais sindicais convocam greve geral nesta sexta

As principais centrais sindicais do país se mobilizaram para tomar conta das ruas nas capitais e interior. Prometeram fazer muito barulho
ABr

As principais centrais sindicais do país convocaram greve geral para esta sexta-feira (28) em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso Nacional, e a Lei da Terceirização. Várias categorias profissionais realizaram assembleias e anunciaram adesão ao movimento.
>> Rio de Janeiro – No estado e na cidade do Rio, os funcionários do metrô e os motoristas e cobradores de ônibus irão parar nas primeiras horas de sexta-feira, assim como professores das escolas públicas e particulares, policiais civis, militares, federais; servidores das justiças federal, trabalhista; radialistas; petroleiros; carteiros e aeroviários.
A Secretaria Estadual de Transportes informou que os sistemas de metrô, trens, barcas e ônibus intermunicipais funcionarão normalmente, mas que há planos de contingência. A concessionária do serviço ferroviário no estado e a MetrôRio, que administra o metrô da cidade, informaram que vão monitorar a demanda de passageiros para reforçar a operação caso haja necessidade.
Segundo as empresas municipais de ônibus, que operam por meio da Rio ônibus, o não comparecimento do trabalhador será considerado ausente, com consequências previstas na legislação trabalhista. A concessionária do VLT Carioca informou que o Veículo Leve sobre Trilhos terá operação normal nas linhas 1 e 2 .
As secretarias estadual e municipal de Educação informaram que as escolas funcionarão normalmente. Os profissionais que faltarem terão o ponto cortado. O Colégio Federal Pedro II enviou nota informando que amanhã será ponto facultativo e não irá descontar o dia de quem não for trabalhar.
>> São Paulo – No estado, pelos menos 15 categorias informaram que vão parar, entre elas os metroviários de São Paulo (com exceção da linha amarela), ferroviários (Linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM não funcionarão); professores da rede pública estadual, municipal e particular, bancários de São Paulo, Osasco e região; servidores municipais, trabalhadores da Saúde e Previdência do estado e metalúrgicos de ABC.
Também vão parar os rodoviários de São Paulo, Guarulhos (paralisação de 24 horas com contingente de 30% das frotas), Santos, Campinas, Sorocaba e região; petroleiros das refinarias de Paulínia (Replan), Capuava (Recap) de São José dos Campos e Cubatão; portuários de Santos; petroleiros das refinarias de Paulínia (Replan), Capuava (Recap) de São José dos Campos e Cubatão; e os funcionários de Correios, que decretaram greve nacional por tempo indeterminado.
Os aeroviários de Guarulhos – que trabalham no check-in, na pista, abastecimento e guichê de informações- estão em estado de greve e prestes a decidir em assembleia na noite de ontem se paralisariam as atividades.
As companhias Avianca, Gol e Latam informaram, em nota, que os voos poderão registrar atrasos e cancelamentos em rotas domésticas e internacionais. Os clientes poderão solicitar reembolso das passagens sem a cobrança de multas. As empresas ainda solicitam que os passageiros agilizem o procedimento de check-in via internet, aplicativos para smartphones ou totem para autoatendimento e acompanhem a situação de seus voos por meio dos sites das companhias antes de comparecerem ao aeroporto.

Bahia, Ceará, Minas Gerais Pernambuco

Pelo menos seis categorias profissionais pretendem suspender as atividades, na Bahia. Os rodoviários em Salvador iniciarão a paralisação a partir da meia-noite desta sexta. As agências bancárias estarão fechadas. Como segunda-feira (1º) é feriado, os serviços internos serão retomados a partir da terça-feira (2).
Professores das redes estadual e municipal irão aderir à greve geral. Os médicos estaduais também informaram que irão suspender os atendimentos eletivos (como consultas). Os serviços de urgência e de emergência serão mantidos.
Os petroleiros vão parar assim como os servidores municipais e da Justiça e do Ministério Público Estadual.
Pelo menos 21 cidades do Ceará terão paralisações e atos nesta sexta-feira (28). Várias categorias já anunciaram adesão à greve geral, a exemplo dos profissionais da educação, da construção civil e do transporte público. Os servidores do Judiciário também informaram que participarão da greve. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) reforçará o número de policiais militares em praças, nos terminais de integração do transporte coletivo e nas principais avenidas. A Autarquia Municipal de Trânsito vai atuar na organização do fluxo de veículos nos locais onde houver manifestações.
Ao menos 14 categorias em Minas Gerais já decidiram em assembleia aderir à greve geral convocada pelas centrais sindicais. Aderiram à greve: rodoviários, metroviários, professores das redes pública e privada, servidores públicos, profissionais da saúde, trabalhadores dos Correios, eletricitários, bancários, psicólogos, economistas, jornalistas, radialistas, petroleiros e aeroportuários, entre outros. A maior mobilização ocorrerá em Belo Horizonte, onde é previsto um ato pelas ruas do centro a partir de 9h. Os professores das escolas municipais de Belo Horizonte aprovaram uma greve de dois dias, que já começou ontem (27).
Em Pernambuco, policiais civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais do Recife e dos municípios de Camaragibe e Ipojuca, Região Metropolitana do Recife aderiram à greve geral.
No setor público, irão parar servidores da Assembleia Legislativa de Pernambuco, do Ministério Público de Pernambuco, professores e servidores da Universidade de Pernambuco (UPE), auditores fiscais da Secretaria da Fazenda de Pernambuco.
Professores e profissionais das redes estadual, municipal e privada de todo o estado aderiram ao movimento.
O Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social em Pernambuco (Sindsprev-PE) pediu que os cidadãos com agendamento marcado para amanhã (28) liguem para o número 135 e façam reagendamento.
Houve adesão também de metalúrgicos, petroleiros, químicos, indústria naval, construção pesada, bancários e comerciários. Segundo a CUT, categorias como a de psicólogos, farmacêuticos, odontologistas, porteiros, técnicos de enfermagem e enfermeiros e condutores de ambulância aprovaram em assembleia a greve.

Ministério Público do Trabalho defende
legitimidade da greve geral

O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou na quarta-feira (26) nota pública sobre a greve geral marcada para esta sexta-feira (28). O MPT destaca a legitimidade da paralisação: “Movimento justo e adequado de resistência dos trabalhadores às reformas trabalhista e previdenciária, em trâmite açodado no Congresso Nacional, diante da ausência de consulta efetiva aos representantes dos trabalhadores”.
Na nota, o MPT reafirma a “posição institucional do Ministério Público do Trabalho – MPT contra as medidas de retirada e enfraquecimento de direitos fundamentais dos trabalhadores contidas no Projeto de Lei que trata da denominada “Reforma Trabalhista”, que violam gravemente a Constituição Federal de 1988 e Convenções Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho”.
>> Confira a íntegra da nota – O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, considerando a Greve Geral anunciada para o dia 28.04.2017, vem a público:
I – DESTACAR que a Greve é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal, bem como por Tratados Internacionais de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil, “competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender” ( art. 9º da CF/88);
II – ENFATIZAR a legitimidade dos interesses que se pretende defender por meio da anunciada Greve Geral como movimento justo e adequado de resistência dos trabalhadores às reformas trabalhista e previdenciária, em trâmite açodado no Congresso Nacional, diante da ausência de consulta efetiva aos representantes dos trabalhadores (Convenção OIT n. 144);
III – REAFIRMAR a posição institucional do Ministério Público do Trabalho – MPT contra as medidas de retirada e enfraquecimento de direitos fundamentais dos trabalhadores contidas no Projeto de Lei que trata da denominada “Reforma Trabalhista”, que violam gravemente a Constituição Federal de 1988 e Convenções Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho;
IV – RESSALTAR o compromisso institucional do MPT com a defesa dos Direitos Sociais e com a construção de uma sociedade livre, justa, solidária e menos desigual. RONALDO CURADO FLEURY – Procurador-Geral do Trabalho
(Com Agência Brasil)

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