Um homem e até mesmo uma mulher grávida optam por atravessar a Via Light pela pista, mesmo a poucos metros da passarela
Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Pressa, preguiça, medo. Estas são algumas das justificativas de quem arrisca a própria vida ao ignorar as passarelas da RJ-081, a Via Light, para atravessar a pista pelo asfalto, em meio aos veículos. A equipe de reportagem do Jornal de Hoje circulou pelos pouco mais de 10 quilômetros de extensão da via, que liga Nova Iguaçu à Pavuna, no subúrbio do Rio de Janeiro, e comprovou que a cena se repete em diversos trechos.
Construída em 1998, com o objetivo principal de desafogar o tráfego de veículos na Rodovia Presidente Dutra, a Via Light corta 23 bairros e possui 11 passarelas. Mas o que deveria servir para dar segurança aos pedestres se tornou um ‘elefante branco’.
Uma mulher foi flagrada atravessando a pista pelo asfalto bem embaixo de uma passarela e não se importou ao ver que a atitude estava sendo registrada. Para piorar, ela carregada duas crianças, expondo-as ao risco de um atropelamento numa via que tem a velocidade máxima permitida de 90 km/h, o que poderia causar um acidente fatal.
“Tem dia que estou na correria e acabo atravessando pela pista por ser mais rápido, mas confesso que na maioria das vezes é por preguiça de andar até a passarela e subir a rampa”, disse um morador do bairro Santo Elias, em Mesquita, que não quis se identificar.
Mas há outra razão para que muitos pedestres evitem a utilização das passarelas. Segundo eles, muitos motociclistas de um lado para o outro atravessam por elas.
“Prefiro atravessar entre os carros que passam correndo do que arriscar ser assaltado na passarela. São Muito desertas e sempre utilizadas por motociclistas. E já ouvi muita gente falar de assaltos.”, justifica o auxiliar administrativo João Ricardo Teixeira, de 30 anos, que mora em Mesquita e utiliza a Via Light para ter acesso ao metrô, na Pavuna.