Baderneiros obrigam fechamento do comércio em Nova Iguaçu

Manifestantes obrigaram funcionários da Prolar a fecharem as portas da loja nesta sexta
Reprodução/WhatsApp

“Não vejo a menor diferença entre a atitude deles e a de traficantes que mandam fechar o comércio em determinadas comunidades quando alguém do bando é morto”. A forte comparação é de um lojista do Centro de Nova Iguaçu que não quis se identificar. Na manhã de sexta-feira (28), ele e tantos outros foram obrigados a fechar as portas, devido à greve geral convocada pelas centrais sindicais, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência.
Por volta das 10h da manhã dezenas de manifestantes começaram uma passeata pelo Calçadão de Nova Iguaçu, um dos maiores polos comerciais da região metropolitana e do estado. A comerciante Lenda Tam trabalha em uma pastelaria localizada no início do Calçadão e disse que o protesto começou de forma pacífica, até que um grupo de manifestantes, alguns deles utilizando camisas do sindicato dos bancários, exigiu o fechamento das Casas Bahia. Como não foram atendidos pelos lojistas, eles mesmos arriaram as portas.
“Logo depois, eles foram para a Prolar e os seguranças da loja fizeram um cordão humano de proteção, mas acabou que não conseguiram conter os manifestantes. Algumas pessoas começaram a pegar mercadorias e colocar para dentro da loja. Um deles, segundo um relato que eu soube, deu uma cotovelada em uma supervisora e a confusão ficou formada”, disse a mulher.
Curiosos que passavam pelo local registraram o protesto, e as imagens rapidamente foram parar na Internet. “Como é que uma minoria pode querer impor sua vontade através de ameaça àqueles que estão trabalhando? Além disso, a presença de bandeiras de partidos no “movimento” retira qualquer sombra de legitimidade de suas reivindicações!”, afirmou um internauta.
Segundo a comerciante Lenda, logo após a passagem dos manifestantes muitos lojistas voltaram a abrir as portas, mas receosos que o grupo pudesse voltar. “Algumas lojas mantiveram os ferros de sustentação, pois todos ficaram apreensivos. Eu sou a favor da greve, mas nunca da violência. Decidi trabalhar porque tenho que pagar minhas contas”, explicou Lenda.
Por Raphael Bittencourt (raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br)

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