Segurança em Foco, por Vinicius Cavalcante – 08/07

Prevenindo assaltos em bancos ou caixas eletrônicos

 

Quando conversamos sobre segurança bancária a primeira coisa que nos vem à mente é o constrangimento de passar pelo detector de metais na porta giratória. O uso do referido equipamento é amparado pela lei e ao menos em tese, é muito mais fácil prevenir um assalto à instituição bancária negando a oportunidade de que os bandidos adentrem armados no local. Embora realmente haja casos em que o vigilante interfira na atuação do travamento, modernamente as portas giratórias são projetadas para travarem automaticamente, sempre que detectam uma massa metálica que possa assemelhar-se à de uma pequena arma.
Por mais que ainda se encontre muitos “profissionais” dizendo o contrário, é virtualmente impossível assegurar se alguém estaria ou não armado, apenas com um simples olhar. Há armas pequenas e letais, capazes de serem facilmente dissimuladas sob roupas e por isso é importante confiar que o detector, bem regulado, possa fazer o seu papel. Como em todo planejamento de segurança, lembre-se de que você está tentando garantir a normalidade enquanto a mente do criminoso está tentando achar um jeito de burlar aquele procedimento que você idealizou. O ideal seria que os clientes, já sabedores desses fatos, procurassem agilizar sua entrada, previamente depositando na gaveta coletora os objetos metálicos como chaveiros, bolsinhas de moedas, canivetes ou ferramentas de múltiplo uso, telefones celulares etc.
No interior da agência bancária, esteja atento às pessoas em sua volta. A grande maioria dos assaltos em que os clientes são acompanhados após retirarem dinheiro (conhecidos como “saidinha de banco”) começa com uma “seleção do alvo” por olheiros que estão dentro da agência. Observe pessoas cuja atenção se volte para você, pessoas falando ao celular etc. Preste atenção a pessoas na fila em atitude suspeita, portando documentos ou cheques que não sejam do seu banco, que saiam e voltam da fila diversas vezes ou que saia da fila no momento em que você termina de efetuar o saque.
Logo ao sair do banco, verifique se alguém que estava na agência sai junto com você. Se desconfiar, encare-o nos olhos e veja sua reação. Uma vez na via pública, pare e observe se “por coincidência” estiver sendo acompanhando por alguém que estava dentro do Banco. Se possível, ande contrariamente ao fluxo de tráfego, de forma a poder perceber a aproximação de um veículo ou moto pela sua frente, nunca de forma a deixar que lhe surpreendam chegando por trás.
Não aceite auxílio de pessoas estranhas, em caso de problemas na operação dos caixas automáticos solicite e aguarde o funcionário do Banco. Se for uma quantidade de dinheiro expressiva ou volumosa, solicite para ser atendido em ambiente reservado ou na própria tesouraria da agência. Em caso de precisar ir ao Banco para retirar grandes quantias procure fazê-lo com o acompanhamento de seguranças. Dois agentes de segurança se constituem no quantitativo desejável. Um segurança deverá antecedê-lo, chegando ao Banco e permanecendo veladamente do lado de fora, de forma observar toda a movimentação fora da agência. O segundo homem o acompanhará de perto, entrará com você, permanecerá próximo e observará a movimentação interna da agência enquanto você estiver em seu interior.
Na saída, você e o segurança aproximado se deslocarão sob a cobertura daquele que está do lado de fora e que os seguirá discretamente, guardando alguma distância a fim de não ser percebido. No transporte de valores não muito elevados, que talvez não comportem a contratação de seguranças armados, mas que se constituam num butim significativo para os ladrões, um parente ou amigo, sem se propor a um confronto armado, pode auxiliar nas rotinas de acompanhamento e visualização do ambiente.
O fato de haver mais de uma pessoa pode se constituir num fator desencorajador para os bandidos num assalto do tipo saidinha de banco. Evite ir sozinho à caixas eletrônicos, sobretudo em horários noturnos ou em locais de pouco movimento. Se possível peça ao seu acompanhante que observe a movimentação exterior enquanto você executa a operação, a fim de alertar-lhe sobre qualquer anormalidade ou atitude suspeita. Saindo do caixa eletrônico procure sempre observar se você estaria sendo alvo da vigilância de ladrões. Procure perceber pessoas ou veículos estranhos, ou tudo que pareça “fora do contexto”: mendigos, casais de namorados estranhos, motoqueiros (principalmente motos com dois ocupantes), carros estranhos etc. Desconfiando, busque o socorro da polícia.
Não traga consigo mais cartões bancários do que o estritamente necessário. Estabeleça palavras ou expressões código a fim de poder informar a seus familiares ou secretária que se encontra cativo, no caso de um “seqüestro-relâmpago”. Tenha em local seguro uma relação onde conste o número de todos os seus cartões bancários e de crédito, juntamente com o telefone de contato a fim de notificar uma perda ou roubo. Não empregue senhas de fácil dedução ou as escreva claramente em agendas e quaisquer locais de fácil acesso.

 

VINICIUS DOMINGUES CAVALCANTE, CPP, o autor, Consultor em Segurança, Diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança – ABSEG – no Rio de Janeiro e membro do Conselho Empresarial de Segurança Pública da Associação Comercial do Rio de Janeiro. E-mail: vdcsecurity@hotmail.com

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