DIAS DE HOJE, por Adriano Dias – 22/08

O agiota Michel Temer

Neste fim de semana percebeu-se movimento atípico nos supermercados da Baixada Fluminense. A maioria dos estabelecimentos, que neste período de meio de mês têm pouca frequência, estava lotada.
No decorrer desta semana o Governo do Estado do Rio de Janeiro pagou vários meses de salários e pensões atrasadas para mais de 200 mil funcionários públicos, entre ativos e inativos. A maior parte deste recurso é oriunda da licitação que escolheria novo banco para operar a folha de pagamento do Governo, que acabou sendo vencida pelo Bradesco, banco que já tinha anteriormente a gestão das contas do Estado.
Esta observação pessoal sobre a frequência nos comércios dos bairros da Baixada, em nosso entendimento, demonstra o quanto é importante e qual é o impacto do funcionalismo público para a economia do Rio de Janeiro. Não somente para as famílias que diretamente recebem salários do Estado, mas também para outros familiares e economias locais. Quantas tendinhas, mercadinhos e farmácias de bairro, que tinham “pendurado” contas de funcionários públicos estaduais – geralmente aqueles que recebem os menores salários -, neste fim de semana receberam por conta do pagamento feito pelo Governo do Rio. Além desses, é público que vários familiares e amigos passaram ajudar aqueles que trabalham no funcionalismo e não tinham até a condição mínima de alimentação ou transporte.
Destacamos que a quitação dos salários atrasados nada tem a ver com a badalada ajuda financeira do Governo Federal. O presidente Temer agiu com o Rio de Janeiro como um escroque de empréstimos de milícia. Temer esticou a corda até o último momento para provocar um colapso e uma situação desesperadora no estado do Rio. O intuito era legitimar uma intervenção no qual colocaria, provavelmente, o ex-governador Moreira Franco no Palácio Guanabara. Mesmo sendo do mesmo partido que o atual Governador pezão é óbvio que temer gostaria de ter em baixo do braço um estado importante como o Rio de Janeiro. Tanto para operar seus interesses eleitorais, quanto para seus negócios paralelos usando a coisa publica. Caso não saibam, mais de 60% das reservas de petróleo do Brasil estão no território de nosso Estado. Sob nossos pés, está uma das maiores fontes de riqueza do país.
Ilegítimo, impopular, com altas taxas de rejeição e endividado político com os que barraram sua cassação. É notório que Temer não tem qualquer parâmetro ou escrúpulo para se manter até o final da presidência e garantir negócios que vão bancar até os netos do Michelzinho. Nem que isto leve o Brasil a um processo falimentar que provavelmente demorará décadas para se recuperar.
O desmonte das políticas sociais e de direitos humanos foi somente um gesto de introdução ideológica de um modo de governar que remete aos tempos da casa-grande. Uma época em que se se comprava as esposas por dotes.
O governo Temer agiu como um criminoso que coloca uma arma na cabeça de uma pessoa necessitada e a faz assinar pactos com diabo. Ao final, as almas que mais pereceram nos caldeirões serão dos funcionários do Estado e aposentados que recebem os menores salários e tem dezenas de dependentes diretos e indiretos.
Por outro lado, com parte das dívidas com parentes, mercadinhos, cartões de crédito, cheque especial, entre outros, como agiotas nos bairros, “em dia”. As galerias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro voltaram a ficar vazias. A população não quer saber mais o que está acontecendo no estado do Rio de Janeiro. Assim ficamos Reféns do que pior existe na política e submissos a novos agiotas que se travestem de Presidente da República.

– Adriano Dias é fundador da ComCausa

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