Comandante-geral da PM garante que projeto das UPPs ficará intacto

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias, afirmou nesta quarta-feira (23) que algumas formas de recuperar o efetivo das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) são mexer em escalas e priorizar serviços essenciais. Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, ele garantiu, no entanto, que o projeto das UPPs não será alterado.

“O projeto está intacto. Nós vamos manter esse efetivo das UPPS. Nós não tiramos um homem das atividades das UPPS. Estamos somente revendo a aplicação desse efetivo. Por exemplo, na medida em que nós priorizamos o serviço essencial, nós temos um ganho. A medida em que nós padronizamos as escalas, nós também recuperamos parte desse efetivo. Então, o cálculo que nós fazemos é de conseguir recuperar cerca de 3 mil homens para serem empregados no policiamento das ruas”, afirmou.

De acordo com Wolney Dias, o projeto das UPPs quando foi concebido eliminava a atividade administrativa:

“Toda Unidade de Polícia Pacificadora é subordinada administrativamente uma unidade operacional. Ao longo do tempo, esses serviços foram replicados, por exemplo, eu tenho um reserva única de armamento na unidade, no batalhão. Criou-se uma reserva única também na UPP e daí por diante. Na medida em que esse efetivo foi aumentando, houve a necessidade do aumento dos encargos administrativos. As UPPs foram engordando. Então estamos reduzindo, eliminando esses serviços administrativos, deixando ali só os serviços essenciais.

Sobre a padronização da escala, o comandante-geral da Polícia Militar disse que haverá um ganho, pois os policiais que trabalham nas UPPs vão responder ao mesmo tipo de escala das outras unidades da PM.

“A escala oficial da corporação é 12 por 24 (horas), 12 por 48, de acordo com o serviço. Nós temos melhor aproveitamento na 24 por 48; 1 por 2 ou 1 por 3. Nós tínhamos UPPs, por exemplo, em que a escala mais elástica, nó tínhamos 1 por ; 1 por 5. Na medida em que nó padronizamos, nós conseguimos também recuperar o efetivo”, explicou.

Segundo Wolney, o policiamento será alocado de acordo com a maior incidência criminal:

“Nós temos mais de 80% dos delitos concentrados na capital, na Baixada e na grande Niterói”, afirmou ele, acrescentando, que, na medida em que nós aumentamos o efetivo, as pessoas vão começar a ver mais polícias nas rua. Nós pretendemos também designar para cada unidade integrada, da primeira à quarta unidade integrada, um efetivo de 200 homens (para cada) para que sejam empregados em força de ação tática, para termos diariamente em torno de 50 ou 60 para serem empregados na mancha criminal.

Para o comandante-geral da PM, a prioridade será diminuir os indicadores quem mais impactam, que são a letalidade violenta e os roubos de rua e de veículos.

“Nós vamos alocar esse reforço de policiamento justamente nas áreas onde nós temos a maior incidência criminal. Isso cada comandante de região vai ter o efetivo também nas mãos para fazer fase a essa demanda”, afirmou.

Wolney, no entanto, garantiu que o efetivo das UPP não será prejudicado:

“O efetivo empregado na atividade fim não vai diminuir. Então, o que eu tinha antes vou continuar tendo, operacionalmente não há alteração. Em relação à aproximação com a população, que deve ser o principal objetivo do policiamento e não só privilégio das UPPs, nós temos que estender esse tipo de policiamento para toda a Polícia Militar. O que nós queremos fazer através de capacitações para que todo policial militar tenha em mente a necessidade de executar um policiamento próximo da comunidade, que é justamente o policiamento de proximidade.

Sobre os 2.049 policiais militares cedidos para outros órgãos, como prefeitura e para a Justiça, o comandante-geral disse que eles, sem dúvidas, fazem falta.

“Agora, é importante frisar que, com essas medidas que estamos adotando, estamos preservando, mantendo o projeto de Polícia Pacificadora intacto. Estamos num momento em que enfrentamos uma crise econômica do estado e que não podermos fazer contratações e, eu tenho uma perda quase que diária da ordem de cinco policiais e com essa evasão que ultrapassa 1.300 homens por anos, conseguir contratações e colocar mais 3 mil policiais militares nas ruas é tudo que se quer.

Sobre recuperar parte desse efetivo que está cedido a outras órgãos, o coronel afirmou que já há uma discussão em andamento sobre o assunto.

“Em conversas recentes junto ao governador do estado já existe essa ideia, de se recuperar parte desse efetivo. Estamos avaliando a possibilidade de trazer parte desse efetivo de volta para a corporação. Eu não teria como falar em número porque não depende somente da Polícia Militar”, disse ele, afirmando que se pudesse, determinaria a volta de cerca de 1 mil policiais.

O comandante disse ainda que é importante destacar o esforço da corporação em recuperar e colocar esse efetivo nas ruas:

“No momento em que nós temos que fazer mais com menos, estamos fazendo muito mais com muito menos. Falta policiamento nas ruas. A gente percebe que há um clamor da população nesse sentido. Por isso, fizemos essas medidas que estamos adotando para atender justamente à população.

PM do Rio é preso por manter mulher refém e exigir R$ 30 mil para liberá-la

O soldado do 7º BPM (Alcântara) Rodrigo de Andrade Rosa e outros dois homens — Rafael Nascimento da Silva e Rafael Pereira da Silva — foram presos em flagrante, na noite desta terça-feira, suspeitos de manter uma mulher refém e exigir R$ 30 mil para liberá-la. O flagrante aconteceu em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na ocasião, o trio reagiu à prisão e, durante um tiroteio, o PM acabou ferido de raspão na cabeça. Com ele, foi apreendida uma pistola.

O sequestro da mulher — que já havia sido presa por tráfico — ocorreu por volta das 18h. Ela foi pega no Morro do Feijão, no bairro Paraíso, colocada num Suzuki Vitara e levada até a Rua Mauá, no Porto Novo. O trio roubou o celular de um mototaxista para usar nas negociações com parentes da vítima, dos quais exigiam os R$ 30 mil para soltá-la.

O sequestro, porém, foi denunciado para a 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). Os agentes da unidade, junto com uma equipe da Corregedoria da PM, inciaram buscas e localizaram o carro onde a mulher era mantida refém. Um suspeito foi preso no local.

O soldado e o outro suspeito foram localizados na Rodovia BR 101, na altura do Porto do Rosa. A dupla, que estava de carro, tentou fugir e houve perseguição. Quando o carro foi alcançado, o PM tentou jogar a pistola que portava fora. Em seguida, ele agrediu um tenente da Corregedoria e tentou desarmá-lo. Um outro policial, então, atirou e atingiu o soldado.

O agente está internado, sob custódia, no Hospital estadual Alberto Torres, no Colubandê. Segundo a Polícia Militar, ele foi autuado pela 4 ª DPJM por extorsão mediante sequestro, desobediência e resistência. Os outros dois suspeitos, por não serem militares, foram levados para a 73 ª DP (Neves).

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