Inversão de valores morais, uma agenda pensada

*Miguel Lucena

Em meio às polêmicas sobre exposições envolvendo crianças em cenas de incentivo a práticas ilegais, como a pedofilia, precisamos voltar as atenções para dois pensadores marxistas do século 20: Antonio Gramsci, italiano, e Herbert Marcuse, alemão. Ambos teorizaram sobre hegemonia cultural e pregaram a destruição dos valores morais da sociedade como caminho para o triunfo da revolução comunista.
Gramsci nasceu em Ales, a 22 de janeiro de 1891, e morreu em Roma, a 27 de abril de 1937. Filósofo marxista, jornalista, crítico literário e político, pertenceu ao Partido Socialista Italiano, no qual foi correligionário de Benito Mussolini, tendo rompido com ele na década de 20. Fundou o Partido Comunista Italiano.
Ele sustenta que o poder é garantido fundamentalmente pela “hegemonia” cultural que as classes dominantes exercem sobre as dominadas, através do controle do sistema educacional, das instituições religiosas e dos meios de comunicação. Sugere que os valores que sustentam a sociedade burguesa sejam destruídos e substituídos pelos valores revolucionários, que invertem aqueles, por meio da utilização e hegemonização dos meios de comunicação, das artes, da cultura e da educação. Os instrumentos dessa empreitada seriam os jornalistas, os artistas e professores.
Herbert Marcuse nasceu em Berlim, a 19 de julho de 1898, e faleceu em Starnberg, a 29 de julho de 1979. Sociólogo e filósofo, naturalizado norte-americano, pertencia à famosa Escola de Frankfurt (marxista). Condenava o capitalismo, mas foi morar justamente no maior país capitalista do mundo. No Camboja, nem pensar!
Estudioso de Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, Marcuse se preocupou com a busca da felicidade pelo ser humano, por meio da satisfação dos desejos individuais. Ele queria liberar os freios sociais que impedem o indivíduo de fazer tudo o que tenha vontade, como forma de diminuir a infelicidade das pessoas.
Marcuse, ao teorizar que o proletariado não era mais a força revolucionária descrita por Karl Marx, advogou a tese de que a revolução deveria apostar nos grupos minoritários cuja ascensão não é permitida pela sociedade, aqueles que o bem-estar não conseguiu incorporar.
A agenda atual, dominada pelo politicamente correto, com os meios de comunicação e a intelectualidade tentando impor distúrbios psíquicos como comportamentos naturais, desacreditando a organização familiar e incentivando a devassidão como algo moderno e avançado, não acontece por acaso.

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.

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