DIAS DE HOJE, por Adriano Dias – 28/11

Ecos da cadeia velha

Acredito que depois do fenômeno dos padres cantores, agora a alta é a do Judiciário midiático e dos policiais galãs que transformaram o cumprimento da Lei em um prato cheio, servido com fortes temperos, para o espetáculo da imprensa.
A mídia, com toda a sua imparcialidade e partidarização, captam e promovem como convém cada operação que tem um nome mais criativo do que o outro. A atenção principal em quebrar o círculo vicioso de pilhagem dos cofres públicos se tornou de segunda importância para saciar na população o falso sentimento de comprimento da justiça.
Enquanto isso as instituições jogam, o quanto mais quente a batata, umas para as outras a responsabilidade final de desmonte das engrenagens. Os Barões do crime que operam dentro da política partidária do Brasil continuam, como os reis da droga, comandando de dentro das prisões.
Mesmo havendo vícios, desrespeito constitucional, falsas ou verdadeiras prerrogativas, cheio de brocardos ou não, que confundem a finalidade principal que é passar o Brasil a limpo e o mais importante, mantê-lo livre de práticas nefastas. Assim, uma sociedade que ainda entende que ser honesto é uma prática cotidiana, e não uma virtude, não muda nada. Principalmente quando se trata com a coisa pública.
Se faz mídia com as operações com nomes criativos, mas todas as semanas continuam nos sítios fechados as festinhas de acerto dos parlamentares nas cidades com grande capital de fonte própria. Sempre regada a churrasco, cocaína e as novinhas dos bairros mais pobres.
O abuso diário acontece ao lado da população que continua tomando banho com as próprias fezes, pois a quadrilha que comanda a prefeitura prefere investir em escola de samba em vez de saneamento. Mas isso parece da mídia, ou as agências responsáveis são muito bem pagas para que isso seja sistematicamente apagado. A compra de votos na eleição até o acerto nas lâminas do Judiciário, que segundo uma de suas integrantes, entra em festa quando existe pendência de determinada cidades. Ainda não tem nome de operação criativo.
Enquanto isso a indignação seletiva dividida na polarização entre esquerda e direita só serve de barulho de fundo, de uma plateia tonta que assisti inocula o jogo pesado da condução do poder que move montanhas de dinheiro tirado dos mais necessitados.

Adriano Dias é fundador da ComCausa

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