DIAS DE HOJE, por Adriano Dias – 07/03

Por uma juventude viva na Baixada

As discriminações e preconceitos tristemente fazem parte do cotidiano da Baixada, uma campanha constante de estigmatizarão desta de nossa região. Nisso, se desenvolveu um processo de naturalização das violações diárias que foram assimiladas por uma grande parcela da população. Da violência simbólica na frase “tu mora mal”, até a aceitação da violência letal como uma cultura da Baixada Fluminense. Eventos jornalísticos, fatos referentes a qualquer tipo de violência se transformaram nos principais caminhos para rotular e estereotipar a Baixada Fluminense. Entretanto, destaco, que tudo isso não foi de uma hora para a outra, construídas através no decorrer da história, tem bases e moldes deterministas. Sendo as violências amplamente divulgadas e as virtudes das pessoas da Baixada, principalmente seus jovens moradores, em todas suas potencialidades, ficavam invisíveis.
Ao expor essa realidade construída e desenvolvida em pressupostos taxativos, não seria novidade dizer que até pouco tempo, os direitos da juventude da Baixada eram poucos discutidos e enaltecidos, tirando os casos em que esse tema se tornava peça chave para inúmeras propagandas assistencialistas.
Ter direitos e conhecimentos frente às instâncias sociais, econômicas, políticas e culturais é enfrentar os problemas e desafios e cobrar por políticas estruturantes. Em todos os meios de debates e ações temos sempre que lutar contra o processo de vitimização, ou seja, não alimentar a relação de subordinado e subordinador para que assim, que somente dão alicerces depreciativos para os jovens da Baixada. Pelo contrário, propomos a criação de uma rede de seres críticos e pensantes dispostos a lutarem como detentores e promotores de seus direitos.
O movimento juvenil da Baixada juntamente com pensadores, pessoas reflexivas e atuantes na militância que tem como lema a luta por uma juventude de direitos, vem caminhando mesmo que ainda em pequenos passos para um processo de conscientização social diante de um tema tão profundo e essencial que é termos uma cultura de direitos humanos em nossa região.
A juventude da Baixada está cercada por indivíduos atuantes e atores sociais, dispostos a serem ouvidos e almejando oportunidades para expressarem suas inquietudes, dúvidas, demandas e anseios. Os direitos sociais não foram pedidos, mas, conquistados por essa sociedade que ao mesmo tempo em que se torna cruel e perversa, alimenta meios e estratégias para que as discussões sobre direitos humanos não sejam apequenadas ou esquecidas.
Nesta juventude está a esperança de mudança dos círculos destrutivos para virtuosos, não com a promoção de políticas públicas estereotipadas, mas iniciativas multissetoriais e investimentos sérios para mudar corações e mentes. É possível e já foi feito.

– Adriano Dias

Fundador da ONG ComCausa

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