Assassinatos e roubos de cargas aumentam no primeiro mês de intervenção no Rio

Militares durante operação para retirada de contêiner da UPP Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Em seu primeiro mês, a intervenção federal na segurança não reduziu a criminalidade no Rio. Levantamento com base em registros de ocorrências feitos em todas as delegacias da capital fluminense, entre 16 de fevereiro, quando o presidente Michel Temer assinou o decreto de intervenção, e 16 de março revela que os homicídios, roubos de carros e roubos de cargas aumentaram em relação ao mesmo período de 2017.

O crime com maior crescimento foi o roubo de veículos. Neste ano foram registrados 1.954 casos na cidade do Rio contra 1.632 no mesmo período do ano passado: um aumento de 19%. Já o roubo de cargas subiu 12%: 317 crimes neste ano e 281 em 2017.

Os homicídios tiveram um aumento menor, de 1,8%: 111 casos em 2017 e 113 este ano. Do total de 2018, 81 vítimas (71%) foram mortas por tiros.

O bairro com mais assassinatos desde o início da intervenção foi justamente o local com mais ações das Forças Armadas no período: Bangu, onde dez casos foram registrados. Ao todo, a 34ª DP (Bangu) registrou 12 mortes — além dos crimes em Bangu, houve dois no bairro vizinho de Padre Miguel. A unidade é a que mais registrou crimes desse tipo no período.

Quando o primeiro mês de intervenção é comparado com o período imediatamente anterior (18 de janeiro a 15 de fevereiro), roubos de cargas e homicídios aumentaram 3% e 6%. Já roubos de veículos caem 8%: de 2.103 para 1.954.

O único indicador que caiu drasticamente é o de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial, os autos de resistência. Foram 27 casos no primeiro mês de intervenção contra 49 no mesmo período do ano passado e 51 entre 18 de janeiro e 15 de fevereiro.

 

 

error: Conteúdo protegido !!