Intervenção no Rio não ajuda Temer, diz pesquisa

Campeão de impopularidade, Temer cogita concorrer pelo MDB a um novo mandato presidencial nas eleições de outubro
PR

O presidente Michel Temer não melhorou, ao menos em um primeiro momento, sua própria imagem diante dos eleitores ao decretar intervenção no setor de segurança pública do Rio, em 16 de fevereiro. É o que aponta a pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos de março, feita duas semanas após o anúncio da medida.
O levantamento indica que a desaprovação a Temer oscilou de 93% para 94%, e que a aprovação se manteve em 4%. Os dados foram coletados antes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no dia 14 de março.
A pesquisa, que avalia mensalmente a imagem de personalidades do mundo político e Judiciário, constatou que, em março, a maioria dos nomes listados permaneceu com suas taxas estáveis ou com oscilação dentro da margem de erro. “A Nação está em compasso de espera enquanto assiste atônita ao caos da segurança pública e da falência do Estado”, afirmou o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo.
Ele lembrou que a pesquisa Ipsos não é de intenção de voto. Os pesquisadores leem alguns nomes e pedem ao entrevistado para dizer se aprova ou não a maneira como eles atuam no País. O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios, entre 1.º e 13 de março. A margem de erro é de três pontos porcentuais.
Como entre os nomes listados estão os dos principais presidenciáveis, é possível avaliar em que medida eles são vistos com simpatia ou rejeitados.
De acordo com a pesquisa, todos os possíveis candidatos à Presidência têm a imagem desaprovada pela maioria da população – sete deles são rejeitados por dois terços ou mais. A exceção é o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que dialoga com o PSB, mas ainda não se decidiu se vai entrar na disputa. Barbosa é desaprovado por 42% e aprovado por 38% dos consultados.
O campeão de impopularidade é Temer, que cogita concorrer pelo MDB. O presidente via na intervenção no Rio uma maneira de reduzir sua desaprovação, que há mais de dez meses está acima de 90%. O segundo mais desaprovado é o senador Fernando Collor (PTC-AL). Sua taxa é de 86%, uma das poucas que subiram em relação ao mês anterior (era de 81%).

Carlos Marun, não quis garantir se a Medida Provisória que vai liberar recursos da intervenção sairá esta semana
ABr

Os demais possíveis candidatos desaprovados por dois terços ou mais da população são o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (71%), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (69%), o ex-ministro Ciro Gomes (66%), o ex-prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin (66%), respectivamente do DEM, PSD, PDT, PT e PSDB. Nenhum deles tem índice de aprovação superior a 22%.
A desaprovação ao deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ficou em 60%, dois pontos porcentuais a mais do que em fevereiro, e a aprovação se manteve em 24%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos nomes com maior taxa de aprovação (41%). Sua desaprovação é de 57%. Não houve alterações significativas no quadro do petista desde fevereiro. A ex-ministra Marina Silva (Rede) tem 30% de aprovação e 59% de desaprovação. (Fonte: Estadão Conteúdo)

Liberação de recursos para
intervenção no Rio é questão
de dias, diz ministro

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, não quis garantir se a Medida Provisória que vai liberar recursos para a intervenção na segurança do Rio sairá esta semana. Na quarta-feira (21), após reunião com o interventor Braga Netto no Rio, o presidente Michel Temer disse que o R$ 1 bilhão será destinado “muito proximamente, nesses dois, três dias”.
“O presidente garantiu ontem o valor de R$ 1 bilhão nas ações a serem tomadas pela intervenção no Rio de Janeiro. É questão de dias para que isto aconteça. Não sei se existe de hoje para amanhã tempo suficiente para cumprimento das formalidades”, disse Marun, durante coletiva de imprensa, ontem, no Palácio do Planalto.
A área técnica da Casa Civil ainda está trabalhando em cima do texto da MP e existe a possibilidade que sua publicação aconteça apenas na semana que vem. De acordo com Marun, no entanto, o importante é que “a decisão está tomada”.
>> Reoneração – O ministro comentou a aprovação do requerimento de urgência para apreciação do projeto que acaba com a desoneração da folha de pagamento ontem à noite na Câmara, disse que ela demonstra a força da base aliada, mas ressaltou que os recursos ao Rio não estão condicionados aos da reoneração. “Os recursos da segurança independem da reoneração neste momento. Não estão condicionados. É claro que a reoneração é necessária para que os ajustes se estabeleçam nas contas públicas”, comentou.
Após dias de impasse nas negociações, o plenário da Câmara aprovou ontem à noite o requerimento de urgência para apreciação do projeto que acaba com a desoneração da folha de pagamento. Ainda não há perspectiva de votação do mérito da matéria, tampouco acordo em torno de um texto final.
Apesar disso, Marun afirmou que o governo acredita que a matéria será votada “na próxima semana”. “Foi uma vitória significativa. Estão de parabéns os líderes da base. É um sinal de que o governo dispõe de base suficiente para avançar na aprovação daquelas (medidas) que nós sugerimos”, disse. Marun lembrou que o governo já listou as suas prioridades desejadas para a pauta do Congresso e disse que a reoneração é “uma das mais importante delas”. (Fonte: Estadão Conteúdo)

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