Rio tem maior parcela da população sob risco de falta de água

Agência Nossa | 02/06/2019
As grandes regiões metropolitanas do País, assim como o sertão nordestino, estão
vulneráveis a problemas de abastecimento de água. Levantamento da Agência
Nacional de Águas (ANA) obtido pela Agência Nossa revela que o estado de Rio tem
10,5 milhões de pessoas em risco nas áreas urbanas, o equivalente a cerca de 61%
população.
Mas, com obras adequadas, este grande número de pessoas ameaçadas por falta de
água pode ser reduzido em 68%, de acordo com a reguladora.
O estudo da reguladora identificou 54,8 milhões de pessoas no Brasil que vivem em
cidades com menor garantia de abastecimento de água na zona urbana. A avaliação da
oferta de água foi realizada com base na disponibilidade dos mananciais superficiais
e subterrâneos utilizados para abastecimento da população de cada sede municipal e
na sua capacidade de atendimento às demandas.
“Esses resultados refletem, predominantemente, a pressão sobre os recursos hídricos
devido à demanda das grandes concentrações populacionais urbanas, à escassez de
água em algumas áreas, como no Semiárido, e ao aumento progressivo da taxa de
urbanização do País, que pode se aproximar de 90% em 2020”, analisa a reguladora
no Plano Nacional de Segurança Hídrica.
Do total de pessoas em áreas urbanas vulneráveis à falta de água no País, cerca de
30% saem da zona de risco com as obras recomendadas no plano. Entre as
recomendações, sistemas adutores e o aproveitamento de outras fontes hídricas
(existentes ou que demandam nova infraestrutura).
O plano prevê investimentos de R$ 26,9 bilhões em 99 ações estruturantes hídricas
que trarão segurança hídrica para o País.
“Em que pese muitas intervenções terem sido executadas ao longo das últimas
décadas, é fundamental a existência de um roteiro comum que oriente os
investimentos, construído a partir de uma base única de diagnóstico e metodologia de
análise integrada dos déficits hídricos e das soluções requeridas em todo o território
nacional”.
Nesse contexto, considerando suas atribuições no âmbito da Política Nacional de
Recursos Hídricos, no que se refere ao planejamento e promoção de ações destinadas
a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e cheias e à elaboração de estudos para
subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União em infraestrutura hídrica, a
ANA desenvolveu, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, o
PNSH.
Em dezembro de 2016, 132 cidades do Nordeste Setentrional, com uma população
total de 1,5 milhão de habitantes, encontravam-se em colapso de abastecimento e 812
municípios eram abastecidos por carros-pipa, gerando custos de mais de R$ 1 bilhão
ao governo federal. Além do semiárido, historicamente sujeito a secas, a crise hídrica
também ocorreu no Sudeste, afetando as regiões mais populosas e com maiores
demandas hídricas do País, tais como a bacia do rio Paraíba do Sul e a Região
Metropolitana de São Paulo.

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