Avaliação – Honda XRE ABS 190 2019

A bola da vez do teste, foi a “irmã do meio” da linha trail de baixa cilindrada da Honda, a XRE ABS 190 2019 uma moto que nos surpreendeu pelo conjunto da obra. Ágil, versátil, forte, confortável e segura, para ela não faltam adjetivos, gentilmente cedida pela Honda para nosso teste que conta como sempre com a parceria do site Vivocommoto.com.br.

A Honda XRE 190 foi lançada em maio de 2016 causando na época uma certa surpresa, pois era esperada uma trail maior que 300cc e foi apresentada pela marca uma 190cc, como assim?  Neste momento algumas perguntas surgiram como por exemplo, as 160cc sairão de linha? Para que mais 30cc de motor? Enfim…

O que a princípio parecia um tiro no pé, mostrou-se uma estratégia muito bem pensada, uma vez que havia mercado para uma moto com as características da XRE 300, com uma pegada mais urbana, econômica e que atendesse o público que “ralaria” com a moto no dia a dia, seja no asfalto ou estrada esburacada, uma moto para todo tipo de uso com um pouco mais de motor e um visual mais contemporâneo que o clássico da Bros.  Nos anos seguintes os números provaram que a marca japonesa estava certa, segundo dados do FENABRAVE foram emplacadas 9.265 unidades em 2016, 14.295 (2017), 15.616 (2018) e 9.477 até junho/2019, mantendo-se na 4ª posição das mais emplacadas.

Seu design tem um ar agressivo, moderno e harmônico, mantendo o “bico” que caracteriza o estilo XRE. Para nosso teste nos foi disponibilizada uma unidade na cor laranja, gostei muito do grafismo e da cor. O chassi tubular em aço é do tipo berço semiduplo. Montando na moto o encaixe é perfeito, muito confortável e leve são somente 127Kg a seco.

Motor ligado, equipamentos ajustados vamos as sensações. A moto é uma verdadeira bailarina nas ruas, muito leve e ágil, muda de faixa rápido e em meio aos carros passa com tranquilidade graças ao seu grande esterço que é possível pelo painel preso na carenagem. Os comandos têm o essencial para uma boa condução, no punho direito corta corrente e start e no esquerdo, farol alto e na posição “invertida” buzina no meio e pisca embaixo, que nas outras estão ao contrário. De vez em quando se acaba dando uma buzinada ao indicar a direção.

O Banco é bem confortável com uma espuma de boa densidade e está a 836 mm do chão, o guidão posicionado mais para trás deixa a posição de pilotagem ereta, o encaixe das pernas bem ajustados ao tanque o que possibilita facilidade e segurança nas manobras, principalmente em baixa velocidade. As suspensões são macias e muito eficientes com garfo telescópico de 180 mm na dianteira e na traseira um amortecedor de 150mm dão conta do recado e não transmitem as pancadas da buraqueira ao piloto.

O motor bicombustível diferente do que muitos pensam não é o 160cc melhorado, é totalmente novo, desenhado para a XRE com 184,4cc, 1 cilindro, 4 tempos, refrigerado a ar com comando único de válvulas no cabeçote (OHC – Overhead Camshaft), utiliza o eficiente sistema de injeção PGM-FI (Programmed Fuel Injection) FlexOne, possibilitando o uso de etanol ou gasolina. A potência máxima é de 16,3cv (gasolina) e 16,4cv (etanol) ambas alcançadas aos 8.500rpm. O câmbio com 5 marchas bem escalonado é preciso e macio.

Rodamos 723km em 5 dias e nosso consumo médio ficou em torno dos 40km/l, com seu tanque de 13,5 litros a autonomia chega na casa dos 540km, claro dependendo do modo de condução de cada piloto, nossa pilotagem foi dentro da velocidade da via e com uma tocada mais tranquila.

O painel é completo tem um design bonito e de fácil visualização, display com contagiros (vermelho a partir dos 9.500 rpm), relógio, marcador de combustível, velocidade, dois marcadores de distância (trip A e B), consumo atual, consumo trip A e trip B, ainda tem ajuste de brilho em 5 níveis. A luz espia ficam dos lados (pisca esquerdo e direto, ponto morto, farol alto, indicador de falha na injeção e de ABS).

Aproveitando o feriado, depois de muitos dias de chuva peguei estrada com destino a Ilhabela, passando pela marginal Tietê num trajeto de cerca de 240km. A ida e volta foi muito tranquila, com garupa na rodovia (Dutra e Tamoios) respondeu bem e consegui manter uma velocidade de cruzeiro em torno de 115km/h, com garupa a bordo num motor de 190cc é uma excelente velocidade.

Gostei muito de pilotar a moto na estrada, ela é bastante estável, tem uma ótima retomada de aceleração, faz curvas muito bem, calçada com pneus Pirelli MT 60 de uso misto nas medidas 90/90 aro 19 na frente e 110/90 aro 17 atrás, inclina bastante sem sustos. Apreciei muito os excelentes freios, na dianteira disco de 240mm com ABS e traseira de 220mm são mais que suficientes para parar a moto com segurança. Na descida da serra por exemplo em nenhum momento senti fadiga ou perda de eficiência.

No retorno a São Paulo, a pequena encarou com valentia a subida em 4ª marcha as vezes reduzindo para 3ª nas partes mais íngremes, quando acabou a subida já estava escurecendo e neste momento percebi o único item na minha opinião em que uma melhoria seria muito bem-vinda, o farol que para a estrada em trechos sem iluminação pública deixam a desejar, a lâmpada de 35 W melhora na posição alta, mas com certeza merece uma mais iluminação mais forte.

Um item bem legal da Honda XRE 190 ABS 2019 é o manual do proprietário em realidade aumentada, por meio de um smartphone pode se ler os QRCode’s nas carenagens frontais e laterais que dão acesso por meio do aplicativo Honda+ várias informações como por exemplo, onde encontrar uma concessionária, especificações e manual de segurança entre outras coisas, além de dicas de manutenção de modo interativo.

A moto é vendida em todas as 1.100 concessionárias do país, mas cores laranja, vermelho pérola e prata fosca pelo valor sugerido de R$ 14.064,00 (sem inclusão de frete).

RESUMO

Uma moto versátil, muito confortável com excelentes suspensões, um motor que além de perfeito e bem casado com chassi, tem o DNA Honda no quesito confiabilidade, freios na medida certa com ABS na dianteira, ou seja, uma moto perfeita para uso urbano e para viagens, que transmite acima de tudo conforto e segurança.

Texto e Fotos: Eduardo Motoca

MOTOR

Motor: Tipo: OHC, Monocilíndrico, 4 tempos, arrefecido a ar

Cilindrada:    184,4cc

Potência Máxima:   16,3 cv a 8.500 rpm (Gasolina) / 16,4 cv a 8.500 rpm (Etanol)

Torque Máximo:       1,65 kgf.m a 6.000 rpm (Gasolina) / 1,66 kgf.m a 6.000 rpm (Etanol)

Combustível:            Gasolina e/ou Etanol

Farol: 35 / 35 W

CAPACIDADES

Tanque de Combustível:   13,5 litros

Óleo do Motor:         1,2 litro

DIMENSÕES

Comprimento x Largura x Altura:             2075 x 821 x 1179 mm

Distância entre eixos:        1358 mm

Distância mínima do solo:             241 mm

Altura do assento:   836 mm

Peso Seco:   127 kg

CHASSIS

Tipo:   Semi Berço Duplo

Suspensão Dianteira/Curso:        Garfo telescópico / 180 mm

Suspensão Traseira/Curso:          Mono Shock / 150 mm

Freio Dianteiro/Diâmetro: A disco / 240 mm

Freio Traseiro/Diâmetro:    A disco / 220 mm

Pneu Dianteiro:       90/90 – 19

Pneu Traseiro:         110/90 – 17

*Dados do fabricante

 

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