Economia brasileira recua 0,2% no primeiro trimestre

Produção de soja ajudou a amenizar a queda do PIB no primeiro trimestre de 2015

Produção de soja ajudou a amenizar a queda do PIB no primeiro trimestre de 2015

A economia brasileira recuou 0,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2014). No trimestre anterior, a economia cresceu 0,3%. Nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ficou em R$ 1,4 trilhão.
Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do primeiro trimestre deste ano caiu 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, a maior queda desde o segundo trimestre de 2009 (-2,3%). Em 12 meses, o PIB acumula queda de 0,9%.
A queda de 0,2% na passagem do quarto trimestre de 2014 para o primeiro trimestre deste ano foi puxada principalmente pelo setor de serviços, que recuou 0,7%. A indústria também caiu (-0,3%). A agropecuária, por outro lado, teve crescimento de 4,7% no período.
Sob a ótica da demanda, houve queda no consumo das famílias (-1,5%), investimentos (-1,3%) e consumo do governo (-1,3%). As exportações cresceram 5,7%. Houve alta também nas importações (1,2%).
Os desempenhos negativos do comércio e da indústria da transformação foram os setores que mais contribuíram para a queda do desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o primeiro trimestre de 2014, a economia brasileira recuou 1,6%, resultado puxado por quedas de 6% no comércio e de 7% na indústria da transformação.
“O comércio está há quatro trimestres com taxa negativa, pelo comportamento da indústria da transformação, e agora a queda se intensificou, também influenciada pela queda do consumo das famílias. Já na indústria da transformação, toda a indústria automotiva teve queda, inclusive a parte dos automóveis leves, devido à suspensão dos incentivos fiscais e a renda comprometida das famílias. Também houve queda na parte da indústria pesada, de máquinas e equipamentos, influenciado por aumento de juros”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.
Na comparação com o quarto trimestre de 2014, o comércio teve uma queda de 0,4% e a indústria da transformação, um recuo de 1,6%.
A produção e distribuição de eletricidade, gás e água também teve recuos importantes no primeiro trimestre deste ano, nesses dois tipos de comparação: de 4,3% em relação ao trimestre anterior e de 12% em relação ao primeiro trimestre de 2014.

Agropecuária, indústria extrativa e serviços são destaques positivos no PIB

Cinco dos 12 setores da economia analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram crescimento no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Entre os destaques da economia estão a agropecuária, com alta de 4,7%, a indústria extrativa mineral (3,3%) e os serviços de informações (1,1%), segundo dados divulgados pelo IBGE.
Os outros dois setores que também tiveram desempenho positivo nessa comparação foram as atividades imobiliárias (1,2%) e a construção civil (1,1%). Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o bom resultado da agropecuária é explicado pelo desempenho das exportações de soja.
“A soja continua apresentando ganhos para o produtor rural. Ela tem uma safra relevante no primeiro trimestre e boa expectativa de crescimento para o ano, com aumento 10,6% de produção e ganho de produtividade”, disse.
Já o crescimento da indústria extrativa mineral deve-se ao aumento das produções de minério e de petróleo e gás. “O petróleo, que foi um produto muito exportado nesse primeiro trimestre, está sendo muito favorecido por uma expectativa de crescimento na demanda mundial de petróleo liderada pelas economias mais avançadas”, explicou.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a agropecuária cresceu 4%, a indústria extrativa mineral, 12,8%, e os serviços de informação, 2,9%.

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