Indian chega ao Brasil para esquentar o mercado

150828 V32As marcas Indian Motorcycles e Harley-Davidson sempre protagonizaram árdua rivalidade quando o assunto é motocicletas customizadas e motores com dois cilindros. A primeira marca, fundada em 1901, já chegou a ser líder de vendas globais, mas em meados de 1950 a coisa desandou e fechou as portas. Com isso, a Harley-Davidson acabou se tornando a única grande referência no segmento e, a partir dos anos 1990, voltou a crescer solidamente. O grupo Polaris – que também comanda as ações da americana Victory Motorcycles – adquiriu a Indian Motorcycles em 2011 e, desde então, passou para a ofensiva. Sua postura sempre foi bem clara: “bater de frente” com a Harley-Davidson. No Brasil, o início da batalha tem data definida: o Salão de Duas Rodas, que acontecerá no início de outubro deste ano, em São Paulo.
Desde 2013, a Indian vem “namorando” o mercado brasileiro. Sem muitas respostas concretas, a marca espera o evento para revelar todo seu planejamento de atuação em solo nacional – vendas, concessionárias e produção dos modelos, que provavelmente devem utilizar uma  estrutura em Manaus, assim como praticamente todas as marcas de motocicletas que atuam no Brasil. Como parte do planejamento de crescer no cenário global, a Indian apresentou em 2013 motocicletas que remetem aos modelos clássicos – através de um projeto de renovação  total – e que serão vendidos no país. A gama é composta pela Scout, que funciona como modelo de entrada, e pela Chief, que dispõe de quatro configurações: Classic, Vintage, Chieftain e Roadmaster. A linha Chief é sempre a mesma motocicleta, com diferenças nos itens periféricos, como presença ou ausência de carenagem, alforjes, para-brisa e baú, entre outros itens. Mas compartilham o chassi e o motor Thunder Stroke de dois cilindros em V com 1.819 cm³ e 16,47 kgfm de torque, acoplado a uma transmissão de seis velocidades. Todas são equipadas com freios ABS, ignição sem chave, controle de cruzeiro e lanternas em LED.

 

Toda a tribo

Indian Chief Classic – É a versão “naked”, que tem o design mais limpo. Não há presença de carenagem, bagageiros e para-brisa. Há diversos detalhes cromados espalhados, os para-lamas são encorpados e na parte frontal fica exposta a grande máscara cromada, característica da Chief, que une bengalas e farol. Nos Estados Unidos, o modelo é disponibilizado pelo valor de U$S 17.999, algo em torno de R$ 63 mil. Por aqui, irá rivalizar com Harley-Davidson Fat Boy, que custa atualmente R$ 55.600.

Indian Chief Vintage – Como o nome já sugere, tem um visual retrô. O banco é em couro marrom com franjas nos assentos e nas malas laterais. Na parte frontal existe um pequeno para-brisa, que pode ser removido. Em solo americano, a Chief Vintage tem valor estimado em U$S 20.999, algo em torno de R$ 73 mil. No Brasil, o modelo deve disputar espaço com a Harley-Davidson Road King, que tem valor fixado em R$ 67 mil.

Indian Chieftain – Possui carenagem dianteira integrada ao para-brisa com luzes de LED e bagageiros laterais rígidos. O pacote  tecnológico inclui sistema de monitoramento de pressão dos pneus, áudio com Bluetooth e conectividade com smartphone. Nos Estados Unidos, a Chieftain não sai por menos de US$ 22.999, cerca de R$ 80 mil reais. Em solo brasileiro, a motocicleta irá “bater de frente” com a Harley-Davidson Street Glide, que tem preço estimado em R$ 76.900.

Indian Chief Roadmaster – Nesta configuração, a motocicleta se baseia na Chieftain e conta com bagageiro traseiro e uma verdadeira poltrona para o garupa, que dispõe de acento em couro com apoio de braços. As manoplas possuem dez níveis de aquecimento. O preço do modelo nos EUA é de U$S 27.999, cerca de R$ 98 mil. Aqui, sua concorrente será a Ultra Limited da Harley-Davidson, que tem seu valor tabelado em R$ 87.200.

Indian Scout – O modelo de entrada da Indian, a Scout, também deve ser comercializado por aqui. A motocicleta de apenas um posto foi um dos maiores sucessos da marca entre os anos 1920 e 1940 – com longa história nas corridas, em globo da morte e na segunda guerra mundial. Nos Estados Unidos, ela custa US$ 10.999 – cerca de R$ 38 mil. A Scout é equipada com propulsor com dois cilindros em V de 1.133 cc, capaz de render 100 cv de potência e 9,98 kgfm de torque –  primeiro da marca com arrefecimento líquido. Junto com ele, trabalha uma transmissão de seis velocidades. Por aqui, deve dividir a preferência com a Forty-Eight da Harley-Davidson, de R$ 39.400.

 

por Raffaele Grosso
Auto Press

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