Agora é lei. Os agentes de saúde responsáveis pelo combate aos focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças, terão acesso garantido a imóveis em caso de epidemias, mesmo se o local estiver trancado ou desabitado. A Lei Estadual 7.110/15 foi publicada esta semana no Diário Oficial. O número de casos suspeitos de dengue no estado do Rio de Janeiro já registrou um aumento de 676% em relação ao ano inteiro de 2014. Segundo a Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), até o fim desta semana 60.667 casos foram apontados.Na Baixada Fluminense, as cidades trabalham para combater ao mosquito Aedes Aegypti, que além da Dengue, transmite também a Chikungunya e o vírus Zika. No país, o número de casos passa de 1,5 milhão.
Para o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, o aumento da incidência da doença em 2015 preocupa, mas os números não chegam a surto epidêmico. “A transmissão aumentou, mas os números não são tão altos como em 2013, 2008 e 2002. Quando se compara com 2014, que foi um ano de baixíssima transmissão, realmente há um aumento no número de casos, mas quando comparamos com os anos epidêmicos, os números estão dentro do padrão aceitável para o histórico de prevenção do Rio de Janeiro e das regiões metropolitanas do país”, acrescentou o subsecretário.
Ainda segundo a Superintendência de Vigilância Epidemiológica durante as quarenta e seis semanas epidemiológicas de 2015 (de 1º de janeiro a 21 de novembro de 2015), 20 pessoas morreram vítimas da Dengue. Os dados foram compilados pela SES a partir de dados inseridos no sistema pelos municípios de todo o estado até às 10h do dia 24 de novembro. Em 2014, foram notificados 7.819 casos suspeitos de dengue no estado do Rio de Janeiro, com 11 óbitos. Em 2013, de acordo com a secretaria de saúde, o estado registrou 217.977 casos suspeitos e 60 óbitos, porque circulou o vírus tipo 4, com resquício em 2014, o que explica a baixa nos registros.
O vírus na Baixada Fluminense
Em Nova Iguaçu e Duque de Caxias, foram confirmados ao todo 263 casos de Dengue, 259 suspeitas de Zika e três confirmados, este ano. “Foram notificados 375 casos suspeitos de Dengue, no período de janeiro a outubro de 2015. Destes casos 126 foram descartados e 249 casos confirmados. Foram confirmados também três casos de Zika”, informou a secretaria de Saúde de Duque de Caxias.
Já a secretaria de Saúde de Nova Iguaçu informou que foram registrados 14 casos de dengue no município, e 259 casos de suspeita de Zika Vírus. “Ainda não existe nenhuma confirmação da doença (Zika). Os exames laboratoriais dos pacientes foram encaminhados para a secretaria estaduale estão sob análise”, informou a prefeitura em nota.
Segundo o quarto Levantamento de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), em agosto deste ano alguns municípios realizaram o levantamento opcionalmente, para acompanhamento local. Dos 92 municípios do Estado, 80 (86,96%) informaram a ação. Destes, 46 (57,50%) foram classificados como satisfatórios e 33 (41,25%) em alerta e 1 (1,25%) em risco. Neste ciclo, 12 municípios não informaram (13,04%).
Foram pesquisados 891 estratos amostrais. Destes, 511 (57,35%) classificados como satisfatório, 347 (38,95%) em alerta e 33 (3,70%) em risco, estes últimos, distribuídos em 14 municípios.
A Baixada na lista:
Duque de Caxias (54 estratos: 13 satisfatórios, 38 em alerta e 3 em risco);
Belford Roxo (29 estratos: 20 satisfatórios, 08 em alerta e 1 em risco);
Nova Iguaçu (43 estratos: 20 satisfatórios, 21 em alerta e 2 em risco);
Itaguaí (8 estratos: 0 satisfatório, 5 em alerta e 3 em risco);
Mesquita (7 estratos: 5 satisfatórios, 1 em alerta e 1 em risco);
Queimados (10 estratos: 3 satisfatórios, 6 em alerta e 1 em risco);
Rio de Janeiro (250 estratos: 143 satisfatórios, 104 em alerta e 3 em risco);
São João de Meriti (26 estratos: 14 satisfatórios, 10 em alerta e 2 em risco);
Dengue – Como prevenir?
Existem quatro tipos de dengue. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três. A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A transmissão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida.
Em casa, é possível se prevenir da doença. O mosquito Aedes aegypti é o transmissor do vírus e suas larvas nascem e se criam em água parada. Por isso, evitar esses focos da reprodução: Evite o acúmulo de água, coloque areia nos vasos de plantas, coloque desinfetante nos ralos, limpe as calhas e coloque tela nas janelas.
Para reforçar o combate ao mosquito Aedes Aegypti, a Prefeitura de Nova Iguaçu adquiriu cinco carros fumacê, que vão começar a funcionar na próxima terça-feira (1). Em 2015, os agentes da Vigilância Ambiental do município realizaram mais de 1,5 milhões de visitas. As equipes fiscalizam periodicamente 347 pontos considerados estratégicos para a proliferação do mosquito e aplicam larvicidas. “A cada 15 dias, todos esses locais são visitados. Além disso, a Prefeitura investe em campanhas publicitárias para chamar a atenção da população sobre a importância de combater o Aedes Aegypti”, informou a secretaria municipal de Saúde.
Por: Gabriele Souza (Gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)