11 de setembro de 2024
Rafael e Thayene foram presos em casa. Rafael é apontado como o principal distribuidor de cocaína, e Thayene seria o braço direto dele
Rafael e Thayene foram presos em casa. Rafael é apontado como o principal distribuidor de cocaína, e Thayene seria o braço direto dele

A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha de traficantes de droga na manhã de ontem com a prisão de sete pessoas. Entre os presos está Rafael de Souza Santos, o Mingau. Ele é apontado como o principal distribuidor de cocaína da maior facção criminosa do Rio e abastecia sete comunidades localizadas em Duque de Caxias (Furquim Mendes, Dique e Parque das Missões) e na Zona Norte do Rio (Amarelinho, em Irajá; Kelson’s, na Penha; Pica-Pau no Cordovil; Cidade Alta, também no Cordovil; e Parque União, em Bonsucesso). De acordo com a polícia, ele movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês.
Rafael foi preso em casa ao lado da mulher, Thayene de Oliveira da Silva, que era seu braço direito na venda de drogas. Na operação que foi batizada de “Maçarico”, foram presos também: Claudio Felipe Ferreira de Brito, o Madruga; Walmir Anderson da Silva, o Motoca; e Alexandre da Silva Wendler, o Jiló ou Taxista; Leandro Souza da Silva, o Buda, chefe do tráfico do Parque União, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio; Thiago Gomes Fernandes dos Santos, o TH, braço direito de Buda.
A investigação ao bando teve inicio há sete meses por conta do roubo de um caixa eletrônico em Duque de Caxias. Segundo o delegado Márcio Braga, da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), o grupo faturou em apenas uma semana R$ 800 mil e usava um taxista de um ponto em um shopping da Baixada Fluminense para a distribuição da droga.
Ainda segundo o delegado, Alexandre da Silva Wendler seria o taxista que dava apoio na distribuição das drogas usando seu carro para realizar o transporte. “Um dos presos de hoje é o taxista Alexandre da Silva, que tinha ponto no Caxias Shopping. Ele trabalhava normalmente, mas também usava seu táxi para distribuir as drogas. Ele usava o táxi justamente para não chamar a atenção da polícia”, disse o delegado titular da DRF.
Já Buda e TH estão presos no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, e segundo o delegado, os criminosos estavam envolvidos com a quadrilha mesmo estando presos. Mingau e Buda se comunicavam através de mensagens via celular. Na cela dos detentos foram encontrados diversas anotações do tráfico e o celular que evidencia o envolvimento dos presos com a quadrilha. “A gente percebeu a movimentação financeira e de drogas relacionada ao Buda com o Rafael. Ele, de dentro do presídio, pedindo drogas ao Rafael para as suas comunidades”, explicou Braga.
A quantidade de drogas movimentada por Mingau era suficiente para realizar a venda para outras facções. “A cocaína vinha da Bolívia. Em uma semana, eles receberam 120 quilos. Esse número é tão grande, que o Rafael vendia a droga para diversas facções”, afirmou Márcio Braga.
A ação contou com o apoio de outras delegacias especializadas e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

Dois ainda estão foragidos

A investigação sobre o bando começou há sete meses e os agentes fizeram buscas em comunidades como Morro do Tuiuti, em São Cristóvão; Parque União, no Complexo da Maré; e Cinco Bocas e Pica-Pau, em Cordovil. Ainda há dois mandados a serem cumpridos, e um deles é contra Erlan Ferreira da Silva, conhecido como RL do P.U. Como Buda está preso, ele comanda tráfico de drogas no Parque União. Os sete detidos vão responder pelos crimes de associação ao tráfico de drogas e formação de quadrilha. “A operação foi muito importante. Se tratava de uma quadrilha que movimentava muita droga e dinheiro”, finalizou o delegado.

Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)