Depois de ficar cinco meses sem funcionar, durante o governo anterior, o Programa Melhor em Casa, criado pelo Ministério da Saúde, retornou à rotina em Belford Roxo. Por determinação da Secretaria Municipal de Saúde, desde o dia 13 de janeiro, pacientes acamados, sem condições de locomoção, voltaram a receber atendimento médico em casa, através de uma equipe de profissionais multidisciplinar. A merendeira, Ana Maria Carmo da Silva, 59, ficou surpresa e satisfeita ao abrir a porta de sua residência, no bairro Sargento Roncalli, e encontrar a fisioterapeuta, Cátia de Souza Ferreira, coordenadora do programa, que estava acompanhada de um médico, uma enfermeira e um fisioterapeuta, disponíveis para atender sua filha, portadora de neuropatia, uma doença crônica.
Criado em 2013, o programa Melhor em Casa é destinado para pessoas que têm problemas de saúde temporários ou definitivos com dificuldades para sair de casa. O objetivo é oferecer ao paciente um atendimento médico próximo da família, evitando hospitalizações e diminuindo assim o risco de infecções. A coordenadora Cátia Ferreira disse que a Prefeitura tem agora seis equipes atendendo em vários bairros, com médicos, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, dentistas, fonoaudiólogos, nutricionistas e técnicos de enfermagem.
A falta de um carro para locomover as equipes foi um dos motivos que prejudicou a realização do programa no município. “Fizemos de tudo para mantê-lo. Mas a falta de recursos e finalmente a ausência de um automóvel, paralisaram as atividades”, lamentou a coordenadora. “Estamos confiantes na vontade política do prefeito. Ele é um homem que acredita na reabilitação das pessoas”, disse Cátia. Segundo ela, cerca de 15 pacientes são visitados e atendidos diariamente.
Durante a paralisação do Programa Melhor em Casa, Ana Maria disse que contou a ajuda divina para conseguir atendimento para sua filha, Elaine Carmo da Silva Machado, 35. “O problema da minha filha aconteceu em 2011. Ela teve uma hemorragia de difícil diagnóstico. Estava grávida de cinco meses. Ficou internada no CTI. Teve duas paradas cardíacas e muitas complicações, como infecção hospitalar e falta de oxigenação no cérebro. Ela perdeu o bebê. Depois de cinco meses estava de alta, mas cheia de sequelas para o resto da vida. Perdeu a memória, os movimentos do corpo a fala e ganhou uma eterna traqueostomia. Como não tenho carro, encontro muitas dificuldades para me locomover com ela. O retorno do programa é uma vitória”, garante.