Tecnologia para ajudar casos de desaparecimentos

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Programa de computador simula envelhecimento de criança e adolescentes Foto: Clarice Castro
Programa de computador simula envelhecimento de criança e adolescentes
Foto: Clarice Castro

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, a Polícia Civil utiliza um programa de edição de imagens para simular o envelhecimento de crianças e adolescentes desaparecidos. O procedimento, realizado por um artista forense do Núcleo de Envelhecimento da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), resulta na produção de um retrato atualizado, que poderá ajudar na identificação do desaparecido.
No total, imagens de 18 meninas desaparecidas desde 2000 passarão pelo processo. Além de serem divulgados na imprensa e no site da Interpol, os retratos serão encaminhados para delegacias de estados brasileiros e agências de inteligência de cinco países que integram a rota do tráfico internacional de pessoas: Espanha, Portugal, Itália, Holanda e Suíça.
O envelhecimento digital já foi realizado nas fotografias de duas meninas: Ingrid Pitanga, que desapareceu em 2001, aos 10 anos, e Gisela de Jesus, desaparecida em 2010, quanto tinha 8 anos.
“O objetivo é simular a fisionomia da melhor forma possível. O processo de envelhecimento dos rostos vai ajudar na investigação, gerando novas possibilidades de descoberta do paradeiro da criança”, explicou Ellen Souto, delegada titular da DDPA, inaugurada em 2014.
A simulação de envelhecimento por meio de programas de computador já é realizada por outros estados brasileiros, como São Paulo. Para adotar a técnica, a DDPA fez pesquisas de campo a fim de conhecer os trabalhos já desenvolvidos e selecionar a modalidade mais adequada para o Rio de Janeiro.

Fernando Félix Ferreira, de 30 anos, desapareceu no dia 23 de maio Foto: Clarice Castro
Fernando Félix Ferreira, de 30 anos, desapareceu no dia 23 de maio
Foto: Clarice Castro

“Viajamos e entramos em contato com um software que envelhece automaticamente a fisionomia das crianças, mas achamos o resultado artificial. Por isso, optamos por uma técnica de envelhecimento que utiliza um programa de edição, que não abre mão do olhar do artista forense”, disse Souto.
Segundo o chefe do Núcleo de Envelhecimento, Carlos Valadão, o processo envolve não só a aplicação de técnicas sofisticadas do programa, mas também a utilização de fotos de fases da vida dos desaparecidos e entrevistas com familiares das crianças. A simulação pode levar semanas para ser concluída.
“Analiso também imagens de seus pais, para fazer o cruzamento dos traços fisionômicos e detectar as características faciais comuns”, afirmou o artista forense, que atua na polícia há quase 30 anos.

Baixada registra queda no número de desaparecidos

Na Baixada Fluminense, de janeiro a abril deste ano, o Instituto de Segurança Pública (ISP) mostrou que foram registrados 578 desaparecimentos. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o número de desaparecidos sofreu uma queda de 5,1% (31 casos a menos). Os dados do ISP mostram também que as áreas de abrangência do 21º BPM (São João de Meriti) e do 24º BPM (Queimados), foram as únicas que tiveram um aumento no número de registros. Já a área de cobertura do 15º BPM (Duque de Caxias) teve uma queda considerável em relação ao mesmo período de 2014 na região. Em 2015 foram registrados 99 casos, 50 a menos que no ano passado.

Sumiços em Caxias intrigam polícia

Luiz Henrique Lopes da Silva, de 48 anos, não é visto desde 15 de maio Foto: Clarice Castro
Luiz Henrique Lopes da Silva, de 48 anos, não é visto desde 15 de maio
Foto: Clarice Castro

Apesar da queda no número de registros em Duque de Caxias, dois casos no município ganharam repercussão na última semana. O aposentado Luiz Henrique Lopes da Silva, de 48 anos, desapareceu no dia 15 de maio, após passar a noite em um bar no bairro Jardim Gramacho. Já o advogado Fernando Félix Ferreira, de 30 anos, foi visto pela última vez na manhã do dia 23 de maio. Ainda segundo o Instituto de Segurança Pública, em abril foram feitos 132 registros de pessoas desaparecidas nas delegacias da região, o que representa quatro casos por dia. O número quase não mudou em relação ao mesmo período do ano passado (134 casos).
Os registros de desaparecimentos são feitos nas delegacias distritais e, após quinze dias de investigações, encaminhados à Divisão de Homicídios da Baixada (DHBF). Medida adotada pela polícia devido à demanda como uma estratégia para definir as prioridades.
Segundo a Polícia Civil, as duas investigações correm em segredo de justiça. As informações sobre o paradeiro de Fernando podem ser encaminhadas para o telefone (21) 98107 – 1940 (Claudia Félix – irmã). Qualquer notícia sobre Luiz pode ser informada pelo telefone (21) 97126-9265 (Douglas Nunes).

Por: Gabriele Souza

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