Del Nero: “Não tenho nada a ver com isso”

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Ontem, o presidente da CBF Marco Polo Del Nero retornou ao Rio e disse em entrevista coletiva que desconhece os casos de corrupção Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Ontem, o presidente da CBF Marco Polo Del Nero retornou ao Rio e disse em entrevista coletiva que desconhece os casos de corrupção
Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Ontem, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, negou que tenha a intenção de deixar o cargo e afirmou que não tem qualquer relação com as denúncias de corrupção contra dirigentes da Fifa. “Não existe renúncia, mesmo porque não há nenhuma razão para que eu venha a fazer isso”, afirmou o presidente, que ainda acrescentou. “Ouvi falar agora de renúncia. Mas é impossível, não tenho nada a ver com isso”.
O escândalo de corrupção veio à tona na quarta-feira (27), com as prisões de sete dirigentes, entre eles José Maria Marin, que foi presidente da CBF na época em que Del Nero era vice. Em dois arquivos do FBI, um dos envolvidos sem ter o nome divulgado é definido como membro do alto escalão da Fifa, da Conmebol e da CBF.
No entanto, Del Nero negou que seja suspeito das investigações. “Eu não sou, porque não recebi nada e nem receberia”, declarou. O dirigente também afirmou que desconhece as irregularidades denunciadas pela Justiça dos Estados Unidos. “Não sabia, como vou saber. Não tinha conhecimento, em hipótese alguma”, acrescentou.

Nome de Marín segue do lado interno da sede, no salão principal da CBF, após ser retirado da fachada  Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
Nome de Marín segue do lado interno da sede, no salão principal da CBF, após ser retirado da fachada
Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Del Nero abandonou o Congresso Anual da Fifa, em Zurique, mesmo antes do fim das reuniões. O presidente da CBF embarcou na quinta-feira para o Brasil e chegou na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, ausentando-se da eleição para presidente da Fifa. “É um momento difícil para a Confederação Brasileira de Futebol, uma vez que tivemos envolvido o ex-presidente e atual vice da administração. Face esse momento difícil que passamos, resolvi partir da Suíça para o Rio, para poder, de forma positiva e correta, cumprir e dar as explicações necessárias não só às autoridades, como também à imprensa do Brasil”, justificou o mandatário, em entrevista que durou cerca de 15 minutos.
Pressionado pelo escândalo da prisão de José Maria Marín, Del Nero tenta tirar a entidade do centro da tempestade. Após garantir que não tem envolvimento algum na assinatura dos contratos da administração anterior, que são alvo de investigação gerenciada pelo FBI, Del Nero tirou o nome de Marín da fachada da CBF como forma de apaziguar a situação, mas o dirigente segue “homenageado” no salão. “A função do vice-presidente é colaborar naquilo que o presidente solicita. Tudo que ele solicitava que eu fizesse, eu fazia”, discursa Del Nero, referindo-se aos três anos em que serviu Marín na alta cúpula da CBF. “Não assinei nenhum contrato na administração do presidente Marín.”

Suborno e pagamento de propina

Justiça dos EUA acusa José Maria Marin por envolvimento em dois crimes Foto: AFP
Justiça dos EUA acusa José Maria Marin por envolvimento em dois crimes
Foto: AFP

O ex-presidente da CBF é acusado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por envolvimento em dois crimes. Ele teria recebido suborno de R$ 15 milhões da empresa uruguaia Datisa, sócia da Traffic. A negociação envolvia a compra de direitos de transmissão de três edições da Copa América, além da Copa América do Centenário, que será em 2016. O acordo teria sido feito em maio de 2013, quando Marín era então presidente da CBF.
A outra denúncia também é sobre pagamento de propina, na venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil. A transação teria ocorrido em agosto de 2012, envolvendo a Traffic e outra empresa de marketing esportivo não identificada. O acerto previa pagamento de R$ 2 milhões anuais para Marín e outros supostos envolvidos.
Mas as acusações não fazem do cartola preso um condenado, defende o advogado Marco Polo Del Nero. O atual presidente deixa subentendido que, por ele, o antecessor não estaria banido da entidade antes de ser julgado. “É triste. A gente presta solidariedade ao ser humano, amigo. Mas na função de presidente da CBF tem que tomar as providências necessárias. Estou muito chateado, perplexo, mas tenho de exercer a função em favor da CBF”, pondera, responsabilizando a Fifa pelo banimento de Marín do quadro da confederação nacional.
“Uma pessoa só é considerada culpada após o trâmite em que for julgada. Mas recebemos tarefa da Fifa, que é uma entidade soberana, no sentido de banir o vice-presidente. Estamos seguindo a decisão da Fifa”, explica.
Detido em Zurique na última quarta-feira, José Maria Marín segue preso em solo europeu até ser extraditado para os Estados Unidos. Ele deve ser julgado em Nova Iorque com a defesa prestada pela Conmebol, mas a CBF estuda também prestar assessoria jurídica.

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