Giovani planeja homenagear Chapecoense

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Corredor já subiu no pódio em cinco edições da São Silvestre e quer repetir a dose

O atleta Giovani dos Santos não tinha o hábito de acompanhar futebol. O coração da principal esperança brasileira na 92ª Corrida Internacional de São Silvestre, no entanto, acabou conquistado a partir do acidente com o avião que levava a Chapecoense a Medellín, onde seria disputada a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana. A tragédia matou 71 pessoas e deixou outras seis feridas.
“Não torcia por clube nenhum antes disso. Agora, sou torcedor da Chape. Quando completar a corrida – espero que em primeiro lugar –, vou fazer uma homenagem para eles”, avisou Giovani, que levou no peito o escudo da Chapecoense em sua última vitória na Volta Internacional da Pampulha.
Quando saiu vitorioso em seu Estado, o atleta já adiantava que sua prioridade era a São Silvestre. Ele se poupou no último quilômetro da prova mineira com o intuito de alcançar a maior glória da carreira neste 31 de dezembro.
“Vencendo a São Silvestre, trarei muitas alegrias para os brasileiros, ainda mais em um ano em que tivemos essa grande perda com o time de Chapecó. A minha vitória servirá para amenizar um pouco a dor que estamos sentindo pelo que aconteceu”, comentou.
O otimismo de Giovani para a São Silvestre contrasta com o rendimento dos brasileiros nas últimas edições da mais tradicional prova de rua do País. O Brasil não coloca um atleta no posto mais alto do pódio desde 2010, quando Marílson dos Santos levou a melhor sobre os favoritos africanos.
“Mas cada um vai dar o seu melhor. Estando junto deles, posso dar alegrias à torcida brasileira”, confiou Giovani dos Santos, sem se importar com a concorrência do etíope Dawit Admasu, campeão da São Silvestre de 2014 e forte candidato a repetir o feito em 2016. “Todos são favoritos. Não dá para apontar um só porque não sei como foi a preparação deles”, ponderou o torcedor da Chape.
Técnico vê “ciumeira” superada

Moacir Coquinho é o principal articulador da vinda dos atletas africanos à corrida

Responsável por agenciar e treinar muitos dos campeões africanos da São Silvestre, o brasileiro Moacir Marconi, o Coquinho, já deixou no passado a polêmica que alimentava com os atletas do País. Entre alguns deles, existia a reivindicação de que o número de competidores estrangeiros na tradicional prova de 31 de dezembro fosse limitado.
“Essa ciumeira foi superada. Era algo que eu via até de uma forma infantil. Quem reclamava estava pensando no lado financeiro, nas premiações, e não no esportivo”, comentou Coquinho. “Mas hoje os atletas brasileiros já deram uma acalmada. Eles entenderam o espírito da coisa”, acrescentou.

O empresário ainda se lembrou dos seus tempos de atleta ao comentar a polêmica. “Na minha época, eu saía do Brasil para poder correr com os caras (africanos). Hoje, trago os caras para todo o mundo correr com eles, melhorando os seus resultados, e ficam com essa ciumeira e tal. Se você quer alguma coisa olímpica, algo maior, são esses caras que vão te ajudar a chegar lá”, argumentou.
“Os caras” de Coquinho na São Silvestre de 2016 são sete, sendo cinco homens e duas mulheres. Ele destaca as presenças dos etíopes Dawit Admasu, que ganhou a prova em 2014, e Yimer Wude Ayalew, vencedora em 2008, 2014 e 2015. Entre as mulheres, o favoritismo ainda recai sobre Jemima Sumgong, campeã da maratona nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“Todos esses atletas africanos trazem prestígio para a São Silvestre, proporcionam bons resultados. O lado financeiro é consequência do esportivo. Sempre pensei assim”, concluiu Coquinho.
Etíopes prometem vitórias em Sampa

Com personalidades bastante distintas, Dawit Admasu e Yimer Wude Ayalew são dois dos principais favoritos à conquista da 92ª São Silvestre nas provas masculina e feminina, respectivamente, e a esperança da Etiópia de repetir história nas ruas de São Paulo. Em 2014, a dupla subiu no lugar mais alto do pódio montado na Avenida Paulista. “Sim, quero fazer história”, assentiu Yimer, bastante tímida. Além de campeã em 2014, ela ganhou a São Silvestre em 2008 e em 2015, mas ainda não se acostumou com a fama construída na capital paulista. Costuma abaixar a cabeça quando vê um microfone, encolhida, e quase sempre solicita os serviços de Dawit como intérprete.
O compatriota de Yimer, ao contrário, é bastante descontraído. Em um treinamento realizado no Ibirapuera, na quarta-feira, Dawit comandou as brincadeiras com o grupo de africanos agenciado pelo técnico brasileiro Moacir Marconi, o Coquinho. Ele fez graça ao se alongar, puxou a fila dos corredores pelo parque e até interagiu com alguns transeuntes. “Estou preparado para ganhar novamente. Treinei bastante”, sorriu Dawit, que coloca os atletas africanos como os seus principais adversários. “O campeão está aqui, entre nós. O nosso time inteiro tem chances”, avisou.

por Jota Carvalho

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