Crimes de furto de cabos e equipamentos do sistema ferroviário tem causado constantes atrasos e paralisações no sistema de transporte. Um dos objetivo da força-tarefa é aumentar o policiamento ostensivo

De acordo com a Setrans, o plano integrado inclui reforço no policiamento ostensivo, que será baseado em estudo de planejamento de efetivo que está em elaboração junto à SuperVia, campanhas de conscientização e reuniões de alinhamento com as prefeituras da Baixada Fluminense, onde os registros de furtos ocorrem com maior frequência.
Também nesta terça-feira a SuperVia havia confirmado a celebração de convênio com a Polícia Militar para a contratação de policiais para reforçar a segurança do sistema ferroviário em seus dias de folga, por meio do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Segundo a concessionária, ainda houve a troca da empresa terceirizada que fornece os agentes de controle. Eles atuam nas estações, mas não têm poder de polícia para agir em casos de crime, e acionam os órgão competentes quando necessário.
Segundo a SuperVia, somente no primeiro semestre deste ano foram furtados mais de 14 mil metros de cabos do sistema em 364 ocorrências de furto. Além de causar interrupções no sistema, prejudicando os passageiros, os crimes trouxeram prejuízo de mais de R$ 1 milhão à empresa. Durante todo o ano passado, foram 355 ocorrências de furto.
Um ponto mais crítico, segundo a concessionária, é o ramal de Japeri. Já as estações onde os crimes mais acontecem são Japeri, Engenheiro Pedreira, Queimados, Comendador Soares, que ficam no ramal de Japeri, e Bangu, no ramal de Santa Cruz.
Procurada pela reportagem sobre eventual participação na força-tarefa, a Prefeitura de Japeri informou que está à disposição para ajudar no combate aos furtos e roubos de cabos do sistema ferroviário no município. E que o programa Segurança Presente (Bases Japeri e Engenheiro Pedreira) e a Guarda Municipal, dentro de suas atribuições, podem auxiliar na força-tarefa.
A reportagem também procurou as prefeituras de Nova Iguaçu, Queimados e Belford Roxo, mas ainda não obteve resposta. Também questionadas sobre a composição da força-tarefa, as polícias Civil e Militar ainda não deram retorno sobre o assunto. Nesta terça-feira, no entanto, os órgãos de segurança pública informaram como tem atuado para coibir os crimes.
Segundo a Secretaria de Estado Polícia Civil (Sepol), há uma investigação em curso para apurar a ação de criminosos no sistema ferroviário. Na última operação, informa a Sepol, foram presos donos de ferro-velho, empresários de recicladoras e das indústrias que adquiriam material reciclado da organização, além de terem sido coletados documentos e equipamentos eletrônicos com dados para futuras operações da investigação em andamento.
Já a Polícia Militar informou que, entre os meses de janeiro e julho de 2021, foram detidas 54 pessoas em situações de furto ou dano à concessionária. Segundo a PM, o patrulhamento é feito pelo Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer), que atua em mais de 270 quilômetros de malha ferroviária fluminense. A área compreende mais de 100 estações de passageiros distribuídas em doze municípios do Estado do Rio. A PM acrescenta que, ao longo dessa extensão, os batalhões de área patrulham o perímetro externo, assim como o entorno das estações.