A presidente Dilma Rousseff definiu na tarde de ontem, que o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, irá substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.
Em café da manhã com jornalistas, o ministro Levy afirmou que quaisquer mudanças na equipe econômica dependeriam de o Governo definir quais são suas prioridades. Ele tinha evitado confirmar se estava de saída do Governo e disse que não queria criar nenhum constrangimento à presidente Dilma Rousseff.
Ambos travavam uma batalha constante durante o segundo mandato da presidente Dilma. Por um lado, Joaquim Levy buscava uma política econômica contracionista, enquanto Nelson Barbosa defendia uma maior flexibilidade na meta fiscal.
O último entrave foi em relação a própria meta fiscal. Levy defendia a meta de 0,7% do PIB para o ano que vem. O ministro do Planejamento queria algo próximo de zero ou uma banda na qual pudesse haver variações. Ao final, o Congresso acabou aprovando a meta de 0,5% do Produto Interno Bruto.
Em clima de despedida do Governo, Levy divulgou nota afirmando que ele e a equipe econômica fizeram o que foi proposto em janeiro, quando ele assumiu o cargo, pelo menos no que dependia deles.
No documento, apresentado como balanço de fim de ano, Levy disse que chegou ao final deste ano preocupado com a situação do País, em particular com a da economia. “O tempo saberá mostrar os resultados que se colherão de tudo que foi feito até agora”, disse ao falar sobre seu legado. Ele responsabilizou ainda a turbulência política pela maior parte da crise. “Seria uma injustiça comigo, com minha equipe e com a presidente Dilma Rousseff achar que o país enfrenta uma recessão pelo fato de termos proposto e, em alguma medida, já implementado um ajuste fiscal. Um ajuste pelo qual ela tem se empenhado”, disse o ministro.