Corrupção: CPI da Petrobras poupa políticos

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Entre os aliviados pelo petista do Rio, Luiz Sérgio, estão Lula, Dilma Rousseff, José Sergio Gabrielli e Graça Foster  Lula Marques/Agência PT
Entre os aliviados pelo petista do Rio, Luiz Sérgio, estão Lula, Dilma Rousseff, José Sergio Gabrielli e Graça Foster
Lula Marques/Agência PT

Em seu parecer apresentado na noite de segunda-feira (19), o relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), inocentou de envolvimento no esquema de corrupção a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de ex-presidentes da estatal ligados aos petistas.
“Nos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato, não há menção sobre o envolvimento dos ex-presidentes da Petrobras José Sergio Gabrielli e Graça Foster ou de ex-conselheiros da estatal, como a presidente Dilma Rousseff. Também não há nos autos desta CPI qualquer evidência neste sentido ou ainda em relação ao ex-presidente Lula ou à presidente Dilma”, disse Luiz Sérgio. “Acho importante destacar isso, pois acredito que não chegou ao conhecimento de todos”, afirmou o deputado petista.
O relatório final da CPI da Petrobras, que deve ser votado pelos integrantes da comissão nesta quinta-feira, tem como uma de suas principais sugestões mudanças na lei da delação premiada. De acordo com o relatório, a proposta precisa ser alterada para impedir a homologação de delação feita por réu que esteja preso e a contratação de um mesmo defensor por vários delatores. “Pode ter combinação”, pontuou.
Luiz Sérgio fez ainda uma sugestão para que seja criada uma Comissão Especial para promover as mudanças na lei. Ele contou ainda que recebeu várias sugestões de colegas para alterar a legislação. A delação premiada, cuja lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff, é um dos principais instrumentos utilizados pelo juiz Sérgio Moro para obter confissões dos investigados na Operação Lava Jato, em troca da diminuição da pena.

Hugo Motta (PMDB-PB), não aceita ‘pizza’ como batismo para a CPI Foto: Agência Câmara
Hugo Motta (PMDB-PB), não aceita ‘pizza’ como batismo para a CPI
Foto: Agência Câmara

Na leitura do documento, o relator rebateu a acusação feita por integrantes do PSOL mais cedo de que haveria um “acordão” para blindar políticos envolvidos na Lava Jato. Ele disse que a comissão entendeu em seu conjunto não convocar parlamentares. “Se for trazer todos os citados na Lava Jato, nós teríamos uma CPI por tempo indeterminado”, justificou.
Segundo Luiz Sérgio, o papel da CPI é apresentar sugestões de aprimoramento à Petrobras e não apresentar responsabilizações, uma vez que já existem indiciados, presos e condenados pela Justiça Federal. O deputado disse que cabe ao Conselho de Ética tratar dos políticos e de eventual processo por quebra de decoro parlamentar. “Políticos na Câmara têm um foro adequado, que é Conselho de Ética”, afirmou.
Ao abrir os trabalhos, o presidente da Comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), disse que a comissão não foi criada para competir com o Ministério Público ou com a Polícia Federal, negou que a comissão tenha terminado em “pizza” e alegou que se políticos não foram convocados foi porque o plenário não quis. “Temos limites, mas não vamos admitir dizer que essa CPI não trabalhou”.
Somente Cunha pode ser indiciado

Cunha está na mira do relator petista que pedirá seu indiciamento
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Integrante da CPI, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) anunciou que pediria vista do relatório após sua leitura. Ele estava incomodado com o fato de o relator anunciar que não pediria o indiciamento de nenhum político envolvido nas investigações. Isso porque as investigações apontam, até agora, suspeitas sobre 62 políticos dentre parlamentares, dirigentes de partidos, ministros e governadores. Ele disse que vai propor até amanhã, em voto separado, o indiciamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Não indiciar culpados é transformar a CPI em pizza”, afirmou Ivan Valente. Na avaliação do deputado, houve um “acordão” entre PT, PSDB e PMDB para “blindar os seus” e não investigar os políticos envolvidos na Operação Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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