A notícia de que a cúpula do PMDB havia decidido adiar para 2016 a convenção nacional do partido marcada para novembro, irritou o segmento peemedebista que faz oposição à presidente Dilma Rousseff e defende o rompimento com o governo. O vice-presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), pró-governo, chegou a afirmar ontem em matéria publicada no portal G1, que o partido decidiu adiar para março de 2016 o congresso extraordinário que faria em novembro deste ano para, entre outras pautas, discutir o eventual rompimento com o governo Dilma. O adiamento teria objetivo de evitar manifestações internas do partido, que detém sete ministérios, com o governo.
O 1° vice-presidente nacional do PMDB, Geddel Vieira Lima e o presidente do Instituto Ulysses Guimarães – que organiza a convenção – o ex-governador carioca e ex-ministro Moreira Franco, no entanto, confirmaram o evento em novembro, para o dia 17, rejeitando a ideia de adiamento que, segundo os dois, seria do grupo preocupado em manter seus cargos no governo. “Falei com o Michel Temer (presidente do PMDB), e o congresso está mantido. Isso é posicionamento de alguns que estão com emprego no governo e querem manter o partido fora das discussões dos problemas do país. O PMDB parece uma agência de empregos, são ministros, como Henrique Eduardo Alves do Turismo que participam de articulações desse porte, que não tem densidade. O Brasil real não está sendo discutido, está dissolvendo. O PMDB tem a obrigação de discutir ouvindo suas bases, seus militantes. Não podemos ficar só nessa agenda da corrupção. Quem roubou tem que ir para a cadeia. Tem um núcleo de uma elite congressista que pensa que manda no partido, mas não manda”, declarou Geddel.
Moreira Franco explicou que a única mudança é que passou do dia 15 para 17 de novembro porque os dirigentes acharam melhor realizar o congresso num dia de semana. “A pauta é a mesma, um programa para o Brasil sair da crise e uma discussão sobre os nossos estatutos. Agora, existem companheiros que tem medo que haja qualquer tipo de manifestação contrária ao governo, mas isso é natural. O PMDB sempre teve isso, é um partido sem dono, as pessoas aqui já entram major”, ironizou.
Ele disse que lê declarações publicadas como se fossem de dirigentes do PMDB que não se identificam. “Tem impressão digital, mas não tem nome, sobrenome e endereço e como eu não sou datiloscopista…O cara tem que falar em on, se identificando”, disse, informando que Temer já havia conversado com Raupp na tarde de ontem confirmando o congresso.