11 de setembro de 2024
O jurista Miguel Reale Jr. e a filha de Hélio Bicudo, Maria Lucia Bicudo, entregam o documento ao deputado Eduardo Cunha Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O jurista Miguel Reale Jr. e a filha de Hélio Bicudo, Maria Lucia Bicudo, entregam o documento ao deputado Eduardo Cunha
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O jurista Miguel Reale Junior, acompanhado da filha do fundador do PT Hélio Bicudo, Maria Lúcia Bicudo, protocolaram na Câmara dos Deputados, na manhã de ontem, uma nova redação de pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Na segunda-feira (14), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concedeu um prazo de dez dias úteis para que o pedido, apresentado no dia 1º, fosse refeito. O objetivo era que fossem feitas adequações em falhas, desde a falta de informações até a ausência do reconhecimento de firma.
De acordo com Reale, foram incluídos ao texto original fatos relativos às chamadas pedaladas fiscais e decretos assinados por Dilma com aumento de despesas sem autorização do Congresso. “Como lutamos contra a ditadura dos fuzis, lutamos agora contra a ditadura da propina”, afirmou.
A entrega do material foi feita diretamente no gabinete do presidente da Câmara, em tom de ato político, com a presença de deputados de partidos da oposição e representantes de movimentos da sociedade civil, como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre. Em entrevista após o encontro, Cunha disse que não se tratava de um ato e que apenas atendeu ao pedido de audiência de líderes partidários. “Eu recebo a todos”, afirmou.
Apesar de o prazo de readequação acabar na próxima quarta-feira (23), a apresentação do novo texto foi feita antes mesmo da resposta de Cunha sobre um pedido da oposição por definições claras sobre o processo de impeachment. Nesta semana, líderes de partidos oposicionistas apresentaram uma questão de ordem para que Cunha defina qual o trâmite dos pedidos de impedimento da presidente, com procedimentos, definição de prazos e possibilidades de recursos.
O presidente informou que não há prazo definido para que aprecie o texto, mas ressaltou que não tomará qualquer decisão antes de apresentar uma resposta sobre a questão de ordem levantada pela oposição.