Procuradores do MPF-RJ estavam para se reunir ontem com o fim de decidir se entram com novo recurso, desta vez no STF, para evitar que a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, saia da ala feminina de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, e volte para casa.
Adriana estava para ganhar prisão domiciliar ontem, com a liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça na sexta-feira (24), assinada pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. A ex-primeira-dama responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Polícia Federal informou que realizou na manhã de ontem a vistoria do apartamento de Adriana Ancelmo, no Leblon, na Zona Sul do Rio, para que a Justiça possa determinar a transferência. Se transferida, ela não poderá ter acesso a telefones celulares, telefones fixos e internet.
Adriana tinha recebido o benefício da prisão domiciliar no dia 17 de março, mas ele foi revogado pelo Ministério Público Federal. A defesa de Adriana alega que os dois filhos menores, de 11 e 14 anos, não podem ficar sem pelo menos um dos pais. O desembargador do MPF entendeu que o benefício não poderia ser estendido somente a Adriana Ancelmo, já que outras mães que enfrentam a mesma situação não tiveram mesmo benefício. Os advogados recorreram ao STJ, que permitiu a saída de Adriana de Bangu.
A decisão de prisão domiciliar gerou protestos, ontem, na esquina da casa da família de Cabral. Cartazes com dizeres como “Direitos iguais para as detentas pobres” foram colados nas proximidades.