Até o começo da noite de ontem, partidos da oposição, como PSDB e DEM, tentavam convencer o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de renunciar ao mandato para evitar a própria cassação. A informação publicada na coluna de Lauro Jardim, no “Globo” caiu como uma bomba nos meios políticos.
A articulação tem dois objetivos: o mais imediato é recompensar Cunha por ter cedido aos apelos de partidos que pregam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No dia 2 de dezembro, o peemedebista autorizou o pedido de impedimento na Câmara.
O segundo ponto diz respeito à imagem desgastada do presidente da Câmara e sua falta de legitimidade institucional para dar prosseguimento ao processo de impedimento. Nesse sentido, o grupo liderado por PSDB e DEM quer que Cunha renuncie para salvar o próprio mandato e permitir que um novo presidente cuide do processo. Um dos articuladores da saída de Cunha do comando da Casa, o deputado Mendonça Filho (DEM) negocia apoio da oposição a Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), defensor da saída de Cunha e que classificou o atual presidente como “psicopata e doente” em recente entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
Eduardo Paes diz ter vergonha
de atitudes do PMDB
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse ontem que a liderança do PMDB na Câmara foi alcançada pelo deputado Leonardo Quintão (MG), na semana passada, na “mão grande” e que sente vergonha de algumas atitudes do partido.
Paes considerou a destituição do líder Leonardo Picciani (RJ) uma “violência” e defendeu que o aliado volte ao cargo. Paes e o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) abriram espaço no secretariado para permitir que a bancada do partido seja reforçada com parlamentares pró-Picciani. “O que foi feito ao deputado Picciani foi uma violência. A eleição (para líder) estava marcada para fevereiro. Respeito o desejo e o direito do deputado Leonardo Quintão ser líder do PMDB. Espera a hora da eleição, coloca o nome e a maioria decide. Esse tipo de atitude de levar as coisas meio na mão grande é ruim para o PMDB. Algumas atitudes do PMDB hoje me envergonham como peemedebista”, disse Paes em entrevista antes de participar de um almoço com empresários.