
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Ontem, a presidente Dilma Rousseff enumerou, durante reunião com governadores de todos os estados, as causas que levaram à queda da arrecadação e à redução das receitas nos estados e na União. Ela citou fatos recentes, como a queda no preço das commodities e o aumento do dólar, que tiveram impacto sobre os “preços e a inflação”. Dilma ressaltou que ela e os governadores foram eleitos e fizeram campanha em uma conjuntura “bem mais favorável” do que a atual.
“Tudo isso não é desculpa para ninguém: é o fato de nós, como governantes, não podermos nos dar o luxo de não ver a realidade com olhos muito claros. Não podemos nos dar o luxo de ignorar a realidade”, disse a mandatária. “Fomos obrigados, diante dos fatos, a promover o reequilíbrio no Orçamento. Estamos fazendo esforço grande”, afirmou Dilma, citando os contingenciamentos feitos pelo governo neste ano. Segundo ela, o objetivo é colocar o Brasil na rota do crescimento e da geração de emprego.

“Não nego as dificuldades, mas afirmo que o governo federal tem todas as condições de enfrentar as dificuldades, os desafios e, em um prazo bem mais curto que alguns pensam, assistir à retomada da economia brasileira”, afirmou Dilma.
Após enumerar as causas da atual crise e as medidas que tem adotado, Dilma complementou que é importante sempre estabelecer parcerias, cooperações e enfrentar problemas juntos. “Queremos construir parcerias em novo ciclo desenvolvimento”, acrescentou. Segundo ela, uma das parcerias será no âmbito da segurança pública, para reduzir a criminalidade.
A presidente ressaltou também que ela e os governadores foram eleitos em um processo democrático em 2014, para mandatos de quatro anos, até 2018. Ela defendeu as medidas que vem adotando para combater a crise econômica, que ocorre em um período de transição para um “novo ciclo de expansão” e crescimento.
No início da reunião com os 26 governadores e uma vice-governadora dos estados de todas as regiões do país, Dilma destacou o importante papel do encontro no destino e na condução do país. Dilma disse que ela e os governadores têm um “grande patrimônio em comum”: o fato de terem sido eleitos em processo democrático bastante amplo no país.

Segundo ela, o plano de governo de cada um dos mandatários tem um prazo de execução. “Todos nós temos deveres em relação à democracia, ao voto democrático popular. Fomos eleitos na última e maior mobilização democrática e, nessas eleições, assumimos compromissos perante o país e nossos eleitores. Esses compromissos expressos no plano de governo dão um quadro que temos de desenvolver com todas as ações, iniciativas e projetos, realizando esses compromissos no horizonte, no marco e ao longo do nosso período de governo de quatro anos – portanto até 2018.”
“Estamos fazendo uma travessia para levar o Brasil a um lugar melhor, estamos atualizando as bases da economia e vamos voltar a crescer com todo nosso potencial”, prometeu Dilma aos governadores, ao final de sua fala.
Governadores têm encontros com ministros
Antes da reunião com a presidente Dilma Rousseff, os 27 governadores de Estado se reuniram em encontros prévios para afinar o discurso entre eles. Alguns aproveitaram a visita a Brasília para conversar com ministros. Os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e de Minas Gerais, Fernando Pimentel, conversaram com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Já o governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, marcou também conversa com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Além dessas agendas, aconteceram três encontros preparatórios entre os 27 governadores. O primeiro foi às 11 horas, na Representação do Governo do Rio de Janeiro; o segundo, às 12 horas, no Hotel Golden Tulip; e o terceiro, às 14 horas, na Representação do Estado do Paraná.
Nessas conversas preliminares, os governadores combinaram o discurso que fariam na reunião com a presidente. Temas como reforma do ICMS, medidas para buscar o equilíbrio fiscal e ações para garantir empregos constaram da pauta dos governadores como assuntos prioritários.
A expectativa do Palácio do Planalto é que a presidente Dilma Rousseff tenha conseguido, junto com os chefes dos Executivos estaduais, firmar um “pacto pela governabilidade”.