O governador Luiz Fernando Pezão termina hoje a terceira etapa do tratamento quimioterápico para combater um linfoma não-Hodgkin anaplásico de células T. Pezão já se submeteu a dois outros ciclos da quimioterapia, todos realizados de forma ambulatorial e sem necessidade internação. Em entrevista ao telejornal RJTV 1ª Edição, da Rede Globo, no início da tarde de ontem, por telefone, Pezão comentou o tratamento e reafirmou a disposição de diálogo com o Parlamento.
“É um tratamento pesado. É um câncer muito agressivo, um dos mais agressivos porque é no osso. Então, exige um tratamento mais pesado. Tenho a solidariedade da família, dos médicos e estou enfrentando. Mas o tratamento é muito dolorido e muito pesado”, afirmou o governador.
Pezão também falou sobre o prazo da nova licença médica. O governador permanecerá licenciado até o dia 30 de julho. “Os médicos sempre me pediram um prazo maior. O doutor Cláudio Domênico (cardiologista) e o doutor Daniel Tabak (oncologista) achavam que eu teria que me afastar por pelo menos seis meses. Estou fazendo esse afastamento, mas eu sei que estou deixando uma pessoa muito mais capaz do que eu à frente para fazer toda essa negociação com o Parlamento, e conto com o Parlamento”, reafirmou o governador, referindo-se o governador em exercício Francisco Dornelles.
O governador comentou ainda o agravamento da crise econômica do estado. “Temos conversado sobre isso desde antes de tomar posse. Sabíamos que era um ano que se avizinhava muito difícil com a queda que tivemos no preço do barril do petróleo já no ano de 2014. Eu nunca deixei de conversar com o presidente da Assembleia Legislativa e, principalmente, com o meu vice-governador. Eu sempre fiquei também com a responsabilidade dos quase 4,4 milhões de votos que eu tive de enfrentar e lutar. Somos para os momentos bons e os momentos ruins, sempre procurando caminhos. E conseguimos atravessar até agora devido a toda essa articulação que fizemos, principalmente com Brasília”, disse o governador.
Pezão reiterou que a capacidade de diálogo do estado com os mais diferentes entes da Federação resultaram em importantes avanços frente à crise financeira.
“Tivemos liberados os empréstimos do metrô. Não conseguimos fazer outras operações pelos problemas que o própriogoverno federal teve com as pedaladas fiscais. O próprio governo federal está acenando agora com a reforma da Previdência, com muitas medidas que já tínhamos enviado para a Assembleia Legislativa, em um trabalho junto com o líder Edson Albertassi, que fez um pedido para retirarmos a emenda para eles discutirem melhor entre os Poderes. Eu fiz esse gesto. Vai ter que ser um somatório de todos. Não enfrentamos essa crise achando que as coisas vão voltar a como eram”, ponderou.
O linfoma foi diagnosticado em duas vértebras da coluna de Pezão, no dia 24 de março. O governador cumpre licença médica desde o dia 28 de março. Estão programados, ao todo, entre seis e oito ciclos de quimioterapia.