Levantamento realizado pelo Portal EBC na plataforma do Projeto Excelências, da ONG Transparência Brasil, revela que, dos 513 deputados federais inscritos para a votação que decidiu sobre a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no último domingo (17), 298 respondem a processos na Justiça. O número representa o total de 58,09% dos parlamentares que compõem a Câmara dos Deputados.
Dentre os parlamentares que votaram pelo impeachment, 58% possuem algum questionamento jurídico. Já entre os que votaram a favor do governo, 54% respondem ou já foram condenados em algum processo. Entre deputados ausentes ou que se abstiveram de votar, 100% têm pendências judiciais.
Os processos estão em diversas instâncias e vão desde crimes eleitorais até processos de má gestão do dinheiro público e corrupção.
O deputado recordista em termos de números de processos, é Beto Mansur (PRB-SP), 1ª Secretário da Mesa Diretora da Câmara. Ele tem 45 processos na Justiça. Entre os processos, há um de indenização de R$ 200 mil paga a trabalhadores de sua fazenda que, segundo o TRT, tinha condições de trabalho análogas à escravidão.
Em segundo lugar na lista, está o deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PI), com 35 processos. Washington Reis (PMDB-RJ), com 30 processos, Mauro Mariani (PMDB-SC), com 27 processos e Roberto Góes (PDT-AP), com 25 processos.
No histórico judicial dos deputados por estado, Sergipe aparece como a única unidade da federação em que 100% dos parlamentares possuem algum tipo de processo na Justiça.
Já na análise por partidos, sete das 25 siglas somam mais de 50% de seus parlamentares envolvidos em questionamentos judiciais: PC do B, PHS, PMB, PSB, Psol, PV e REDE. Por outro lado, PDT, PEN, PP, PT do B e PTB têm mais de dois terços da bancada com problemas na Justiça.