O presidente interino Michel Temer elogiou, na manhã de ontem, em entrevista à Rádio Jovem Pan, a decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Eduardo Cunha. Temer minimizou afirmações feitas por Janot, de que haveria uma “conspiração para asfixiar as ações da Operação Lava Jato”.
“O procurador-geral Janot faz esse raciocínio tendo em vista as afirmações de Sérgio Machado (ex-presidente da Transpetro que fez delação premiada). Nada mais do que isso. Não é uma convicção dele (Janot)”, disse Temer. “Não acho que o Legislativo tenha qualquer disposição conspiratória para reduzir as potencialidades e possibilidades da operação (Lava Jato)”, emendou.
Segundo Temer, tanto Janot – ao pedir as prisões – quanto Zavascki – ao negar os pedidos – estão cumprindo o papel deles. “Não sei quais são as razões (do pedido de Janot), mas é claro que está motivado por depoimentos que estiveram em suas mãos. Teori também fez o seu papel adequadamente, de que não era o caso, neste momento, de decretar a prisão”.
Temer também se posicionou contra o pedido de impeachment de Rodrigo Janot. Há, no Senado, nove pedidos de impedimento de mandato do procurador-geral da República. “Eu acho que realmente não vale a pena”. Temer lembrou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), arquivou cinco pedidos de impeachment de Janot. “Se não me engano esse é o sexto e que eu tenho a sensação de que não irá adiante”, afirmou.