Apesar de Michel Temer ter confessado arrependimento com a carta – que se tornou pública – enviada à presidente Dilma Rousseff e em relação às interferências na liderança do PMDB na Câmara, os atos do vice-presidente ainda prometem muita dor para ele próprio, na análise de um cacique do partido, o senador Eunício Oliveira (CE).
Aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício recebeu convite de Temer para ser tesoureiro na chapa pela reeleição na presidência do partido. Além de não ter dado ainda uma resposta, Eunício pode vir a apoiar Calheiros, outro possível candidato ao comando do partido.
À coluna de Lauro Jardim, no “Globo”, o senador Eunício avaliou que, pela série de erros que cometeu, ao tentar viabilizar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, Michel Temer, atual presidente nacional do PMDB, terá uma eleição difícil para ser reconduzido ao comando de seu partido.
“O presidente do partido não pode proibir filiação de novos deputados nem se meter na eleição da bancada da Câmara como ele fez”, analisou Eunício, fazendo referência à tentativa da ala governista do PMDB de abrir filiações de deputados de outros partidos ao PMDB para reconduzir Leonardo Picciani à liderança da bancada, depois que Temer, junto ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), articulou a queda do líder em dezembro de 2015.
A eleição para presidente nacional do PMDB ocorre em março, na convenção do partido. Já no início de fevereiro, os deputados peemedebistas elegem seu líder de bancada. Assim como Temer no comando da legenda, Picciani é candidato à reeleição na liderança da Câmara.