O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, autorizou a transferência do argentino Alberto Ángel Pérez, preso preventivamente para fins de extradição na Superintendência Regional da Polícia Federal (SRPF) no Paraná, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no mesmo Estado. O ministro acolheu pedido da Polícia Federal, segundo informações divulgadas no site do STF.
A PF alegou que o núcleo de custódia da Superintendência no Paraná está em processo de desativação e que Pérez é um detento de “alta periculosidade”, considerando que sua extradição foi requerida por ser acusado do homicídio de mãe e filha numa disputa entre vizinhos em Avellaneda, na Argentina.
Segundo a PF, a unidade tem poucas celas e mantém presos em situação especial em decorrência dos acordos de delação premiada firmados no âmbito da Operação Lava Jato, entre eles o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que revelou propinas para o senador Delcídio Amaral (PT/MS).
Também estão presos na mesma carceragem o ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), a doleira Nelma Kodama e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acusado de tomar empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin para repassar ao PT, em 2004.
Na avaliação da PF, a permanência do argentino pode colocar “em risco” a segurança dos prisioneiros da Lava Jato. Ao autorizar a transferência de Perez para a Penitenciária de Catanduvas, no interior paranaense, o presidente do Supremo afirmou que o pedido está bem justificado e não causará nenhum obstáculo ao andamento do processo de extradição, que aguarda a formalização por parte do governo da Argentina.