Temer e Cunha são “chefe e vice-chefe do golpe”, diz Dilma

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Existem dois chefes do "golpe, da farsa e da traição", acusa Dilma em ataque aos dois alvos Foto: Lula Marques/Agência PT
Existem dois chefes do “golpe, da farsa e da traição”, acusa Dilma em ataque aos dois alvos
Foto: Lula Marques/Agência PT

Um dia após o vice-presidente Michel Temer ter admitido o envio “por engano” de um áudio em que fala como se a Câmara já tivesse autorizado a abertura do processo contra a presidente Dilma Rousseff, a petista o acusou, e também ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de serem o “chefe e o vice-chefe do gabinete do golpe”.
Em mais um evento montado especialmente para receber no Palácio do Planalto movimentos sociais e ainda intelectuais do setor de educação, contrários ao impeachment, a presidente da República classificou Temer como um conspirador e afirmou que a atitude do vice é um gesto de traição que demonstra, também, falta de compromisso com o povo. “Gesto de traição a mim mostra que conspirador também não tem compromisso com o povo”, disse Dilma. A presidente afirmou, ainda, não haver mais dúvidas de que um golpe está em andamento.
Dilma iniciou o discurso dizendo que repetiria uma das frases de um dos cartazes portados por um dos presentes: “esse não será o País do ódio, definitivamente não será o País do ódio”, disse a presidente antes mesmo de citar os presentes. “Que não se construa o ódio como uma forma de fazer política no País. O ódio, a ameaça, a perseguição de pessoas”, completou ela no evento batizado de Encontro da Educação pela Democracia, à presidente Dilma Rousseff (PT).

Ministro Aloizio Mercadante: "Estão procurando contra essa senhora atingir sua história de vida” Foto: Lula Marques/Agência PT
Ministro Aloizio Mercadante: “Estão procurando contra essa senhora atingir sua história de vida”
Foto: Lula Marques/Agência PT

Antes de Dilma, no dia seguinte à comissão da Câmara aprovar para votação o pedido de admissibilidade do processo de impeachment contra ela, o ministro Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e Inovação disse que ele e outros dois ministros deputados licenciados do PMDB – o da Saúde, Marcelo Castro, e o da Aviação Civil, Mauro Lopes – deixarão os cargos para votarem contra o processo de impeachment na Câmara.
Já o ministro da Educação Aloizio Mercadante defendeu Dilma. “Estão procurando contra essa combativa senhora tudo que pode atingir sua história de vida, percorreram todos os capítulos da história e não encontraram nada a não ser a coerência de quem foi presa e torturada lutando pela democracia”, disse. “Os golpistas estão prestando uma grande homenagem a sua vida, sua biografia, sua história”, afirmou.
Entre os 11 representantes da educação, o discurso foi contrário ao impeachment, mas com vários pedidos à presidente pelo aumento dos investimentos em educação, ciência e tecnologia, além de medidas econômicas como a taxação de grandes fortunas. “Hoje estaremos contra impeachment, amanhã estaremos nas ruas pelos 10% do PIB (para a educação), pelo PNE (Plano Nacional de Educação), pela expansão das universidades e por mais futuro e educação”, afirmou Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Ela lembrou que a entidade lutou pelo Fora Collor, no impeachment do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB) e repetiu o discurso de que “para ter impeachment precisa ter clima de responsabilidade”, disse. “Não nos sentimos representados por Michel Temer, por Eduardo Cunha e nem por Aécio Neves”, completou.
Além dos gritos tradicionais de “não vai ter golpe, vai ter luta”, o evento foi marcado por outros de descontração, com os presentes entoando cantos com paródias das músicas funk “Atoladinha”, de MC Bola de Fogo e “Baile de Favela”, de MC João, sempre com palavras em defesa à presidente. (AE)
Bancada do PMDB se reúne na quinta
para tratar do impeachment

Integrantes da bancada do PMDB da Câmara devem se reunir nesta quinta-feira (14), para discutir sobre o encaminhamento que vão adotar na votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, previsto para entrar na pauta do plenário da Câmara na sexta-feira.
A reunião dos deputados ainda não foi confirmada, mas deve ocorrer no mesmo dia previsto para a Executiva Nacional do PMDB se reunir para fechar questão a respeito do afastamento de Dilma.
Na reunião de bancada, o líder da legenda, deputado Leonardo Picciani (RJ), deve fazer a contagem de votos contra e a favor do governo. Nos cálculos mais otimistas da base governista, a expectativa é de que o PMDB da Câmara entregue em favor da presidente Dilma ao menos 25 dos 77 votos possíveis. Por outro lado, há quem diga dentro do partido que esse número não deve ultrapassar 10 votos.
Para reforçar o grupo pró-Dilma, os três ministros do PMDB, com mandato na Câmara, Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Mauro Lopes (Aviação Civil) devem reassumir o cargo de deputado para votarem a favor do Palácio do Planalto.
>> Liberados – Em encontro realizado logo após derrota do Palácio do Planalto na Comissão Especial do Impeachment, o líder do PMDB da Câmara, Leonardo Picciani (RJ), acertou com o vice-presidente da República, Michel Temer, a liberação da bancada na votação do processo de afastamento de Dilma, prevista para iniciar no plenário da Casa na próxima sexta-feira, 15.
O encontro ocorreu na noite de segunda-feira, 11, no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, no mesmo dia em que Temer se reuniu, no Rio de Janeiro, com o pai de Leonardo, Jorge Picciani, presidente estadual do PMDB fluminense.
Na breve reunião realizada na base aérea do Rio, Jorge fez um balanço dos votos que a bancada deverá dar no dia da votação do impeachment no plenário e ressaltou a Temer que o afastamento de Dilma tem o apoio da maioria do PMDB do Estado.
A liberação da bancada significa que o partido na Câmara não se posicionará nem contra nem a favor do afastamento de Dilma. Essa “neutralidade” do líder é considerada, porém, como um enfraquecimento da estratégia do Planalto de barrar o impeachment, uma vez que, sem uma orientação de bancada a favor do governo, os deputados poderão votar como quiserem no plenário sem correrem o risco de serem alvo de alguma penalidade. (AE)

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