Temer relutou, mas deu aval ao tributo, diz aliado

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Antes que os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciassem em Brasília os cortes no orçamento, na segunda-feira (14), a presidente Dilma Rousseff conversou por telefone com o vice-presidente Michel Temer, que está em viagem oficial à Rússia. Segundo ministros do PMDB que acompanharam o diálogo telefônico, o vice, que havia se mostrado avesso ao retorno da CPMF na semana passada, teria “compreendido” os argumentos da presidente.
Com isso, de acordo com o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, a divergência sobre o assunto foi considerada superada. O telefonema ocorreu pouco antes das 16h, horário de Brasília, 22 horas em Moscou. Dilma informou Temer sobre a amplitude dos cortes e do aumento de impostos, medidas destinadas a preencher o rombo e chegar ao superávit de 0,7% do PIB em 2016.
Na visita oficial à Rússia temer está acompanhado de seis ministros – todos do PMDB. Na terça-feira (15), ele se recusou a falar sobre CPMF e os cortes. Questionado pela reportagem se apoiaria a volta da contribuição, o vice-presidente ignorou a pergunta, deixando o local da entrevista.
Segundo Alves, porém, Temer teria aceitado os motivos alegados por Dilma para insistir na proposta. “Ele concordou com a argumentação que ela (Dilma) fez, com as motivações que ela apresentou. Ao chegar ao Brasil ele vai trabalhar para ajudar nessa relação com o Poder Legislativo”, disse Alves.
Outro ministro a confirmar o teor do diálogo foi Edinho Araújo, titular da Secretaria dos Portos. “A Dilma mesma ligou pouco antes das 16h. Ligou e explicou”, disse ele. Segundo Araújo, Temer havia discordado da recriação da CPMF por ter sido pego de surpresa pela proposta.
“Foi a forma como ela foi apresentada. Ele estava em São Paulo para um debate com empresários em uma quinta-feira e soube assim. Ele reagiu naquele momento”, afirmou. “Ontem (segunda-feira) ela voltou a explicar todo o elenco de medidas e agora vai para o debate.”
Questionado se Temer apoiaria ou não a reimplantação da contribuição, Araújo desconversou: “Converse com ele. Mas ele concordou com a apresentação que ela fez, com a argumentação que ela apresentou.”
Além de Dilma, outro a telefonar na segunda-feira a Moscou foi Levy. “Ele ligou ontem. Perguntou como estava o acompanhamento das emendas que estamos liberando, perguntou se estava tudo bem, se estava se processando normalmente”, contou Alves. Questionado se o telefonema revela um maior cuidado do núcleo do governo na relação com os líderes do PMDB, Alves afirmou: “É uma prova, não é? Não só com os ministros do PMDB, mas com o governo como um todo, com o compromisso de mais diálogo e mais cuidado. Afinal, emendas são um direito do parlamentar. O parlamentar tem direito”.
>> Apoio – Ao ser abordado sobre se o Congresso Nacional apoiará o pacote de cortes e o aumento de impostos, além da recriação da CPMF, Alves demonstrou confiança. “Acho que tem chances se for bem debatido, bem explicada, bem fundamentada”, ponderou.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!