Desde que o Nissan March foi nacionalizado, ficou sempre no ar aquela sensação de que faltava algo. Não era motor, visto que ele sempre ofertou bons motores 1.0 ou 1.6, agradando a gregos e troianos. Equipamentos também não eram um problema, visto que ele ganhou bons itens de série depois que passou a falar português, especialmente na versão SL. De fato, o que faltava era o câmbio automático, e isso foi solucionado na linha 2017.
Os Nissan March e Versa passaram a trazer transmissão CVT vinculada ao motor 1.6 16V na linha 2017. É um bom
conjunto, o motor continua com 111 cv @ 5.600 rpm e 15,1 kgfm @ 4.000 rpm, com gasolina ou etanol, e entrega bom rendimento ao March, que acelerou de 0-100 km/h em 10,2 segundos. O câmbio CVT tem funcionamento tradicional, com infinitas relações de marcha, e pouco interfere no desempenho do March. Para subidas ou descidas íngremes, o condutor pode usar o modo L, para relações mais curtas ou o Overdrive Off, para relações intermediárias. Em modo Drive, o câmbio deixa o giro do motor sempre baixo.
Por se tratar de um carro compacto, a vida com o March nas cidades é bem tranquila, especialmente pelo ótimo diâmetro de giro de 9 metros, um dos melhores entre os carros nacionais. Além disso, o March é leve, pesando 999 kg na versão automática. Tal combinação de peso baixo e conjunto motriz bem calibrado garante bons números de consumo: 10,9 km/l na cidade e 16,8 km/l na estrada, com gasolina no tanque.
Suavidade notória
O espaço interno é satisfatório na dianteira, tanto para pernas quanto cabeças, e a posição de dirigir é elevada. Teria uma melhor posição de dirigir se o volante fosse regulável em profundidade, mas não é dos piores. Na traseira, falta espaço para as pernas, mas o teto elevado garante liberdade para a cabeça. O porta-malas leva 265 litros, é um pouco contido, e não há banco traseiro bi-partido, nem mesmo nessa versão mais completa.
A suavidade do March na cidade é notória, com direção elétrica leve e suspensões tão suaves quanto bem calibradas. O câmbio garante a tranquilidade ao atuar sem trancos e, no caso de um kickdown, a resposta é rápida e o carro embala sem dificuldade. O isolamento acústico é apenas regular, assim como o conforto dos bancos. Em contrapartida, o ar-condicionado digital é bom e a central multimídia é bem completa, com acesso à internet.
Já na estrada o carro mostra seu bom equilíbrio, bem mais dócil que as primeiras gerações do March, mas sem deixar de lado o bom comportamento dinâmico. Freios e pneus estão bem dimensionados para o carro e, no limite, sua tendência é dianteira e segura. Faz falta o controle de estabilidade. Já no quesito conforto, enquanto a rodagem do carro é suave, o nível de ruído só é abusivo quando o giro do motor sobre.
Custando a partir de R$ 59.290, essa versão SL do March com câmbio CVT não traz opcionais e, ao mesmo tempo, vem bem equipada com itens como ar-condicionado digital, central multimídia com acesso à internet e câmera de ré. É um preço razoável, na média da concorrência, e considerando nossa experiência com o carro, o custo-benefício está em ótimo nível.
*Ficha técnica:
Motor/Performance
Motorização: 1.6
Alimentação Injeção multi ponto
Combustível Álcool Gasolina
Potência (cv) 111.0 111.0
Cilindrada (cm3) 1.598 N/D
Torque (Kgf.m) 15,1 15,1
Velocidade Máxima (Km/h) N/D N/D
Tempo 0-100 (Km/h) 10.6 N/D
Consumo cidade (Km/L) 7.8 12.0
Consumo estrada (Km/L) 9.8 15.0
Dimensões
Altura (mm) 1528
Largura (mm) 1675
Comprimento (mm) 3827
Entre-eixos (mm) 2450
Peso (kg) 999
Tanque (L) 41.0
Porta-malas (L) 265
Ocupantes 5
Mecânica
Câmbio CVT
Tração Dianteira
Direção Elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.
Freios Dois freios à disco com dois discos ventilados.
*Dados do fabricante
Por Marcelo Silva