A Peugeot vem trabalhando na proposta de redimensionamento da marca no Brasil. A ideia é atuar em diversos segmentos, mas investir na sofisticação e tecnologia para diferenciar seus produtos da concorrência. Passar certo ar de exclusividade em seus produtos. E nada mais justo do que reforçar esse plano na categoria que mais cresce no país, tanto em vendas quanto em novidades: a dos utilitários esportivos compactos. Com vendas iniciadas em maio, o 2008 é uma das maiores provas dessa estratégia. O crossover, fabricado em Porto Real, no Sul do Rio de Janeiro, entrega tecnologia, acabamento superior e, na configuração de topo Griffe THP, alia o bom espaço interno prometido pelos SUVs a uma característica que nem sempre é encontrada na concorrência direta: performance. Isso graças à adoção do motor 1.6 turbo flex que já equipa outros modelos da marca, como o hatch médio 308, e alguns carros da Citroën, caso do sedã C4 Lounge, entre outros.
O propulsor é mesmo o grande trunfo da configuração mais cara do crossover compacto da Peugeot, que responde por cerca de 15% do total de vendas do modelo. São 173 cv com etanol no tanque e torque de 24,5 kgfm entre 1.750 e 4 mil rpm. O trem de força trabalha somente com o câmbio mecânico de seis marchas – a plataforma compacta da PSA, usada também no DS3, por exemplo, não tem espaço para receber a trasmissão automática juntamente com o motor THP. De qualquer maneira, nem mesmo na França, sede da marca, o 2008 recebe uma motorização tão forte.
Por se tratar da versão mais “agressiva”, ela também é a única que reúne as tecnologias de segurança mais interessantes. Caso dos controles eletrônicos de estabilidade e tração, por exemplo. Este último, no 2008 Griffe THP, é batizado de Grip Control e possui cinco modos de seleção. O “Normal” é apropriado para situações de baixo índice de derrapagem, como o asfalto seco das ruas e estradas. O “Neve” adapta instantaneamente a derrapagem de cada uma das rodas motrizes às condições de aderência. Já a opção “Barro” é a propícia para uso em lama e grama molhada, transferindo o máximo de torque para a roda aderente. “Areia” mantém a derrapagem simultaneamente nas duas rodas motrizes para possibilitar a progressão em solo arenoso e limitar o risco de encalhar o veículo. E “ESP Off” desliga totalmente os controles de estabilidade e tração até os 50 km/h.
Além disso, são seis airbags – frontais, laterais e de cortina – e o utilitário conta com assistente de partida em rampas. A lista de itens de série, aliás, é bem farta. A central multimídia interage com o celular, transmitindo via Bluetooth informações sobre autonomia, consumo, distância e tempo dos trajetos, itinerários do GPS e até quanto tempo falta para a próxima revisão. Os revestimentos são mesclados em couro e tecido e o ar-condicionado é de duas zonas.
Em seus três primeiros meses cheios de venda, o Peugeot 2008 emplacou pouco mais de 700 unidades mensais. Está longe de ser um sucesso de vendas, mas diante da queda de 20,03% registrada no setor automotivo nos sete primeiros meses do ano e da estratégia adotada pela Peugeot de caprichar na imagem de refinamento e garantir certo ar de exclusividade em seus produtos, pode-se dizer que o 2008 dá bons passos nessa meta. Sem contar que, de maio para cá, as vendas têm crescido, em média, 10% ao mês. A julgar pela versão de topo Griffe THP, o crossover tem tudo para seguir ganhando fôlego no mercado.
por Márcio Maio
Auto Press