O que falar da nova geração do XC60? Se analisarmos pelo quesito design, seja externo ou interno, o lançamento segue a identidade visual do seu irmão maior XC90. Os faróis Full LED com o martelo de Thor (presente em todas as versões), o display central com tela touchscreen de 9 polegadas, o volante com diâmetro menor, os novos assentos, entre outros itens remetem ao SUV escandinavo de grande porte.
Até mesmo a nova plataforma SPA (Scalable Platform Architecture) veio do XC90, mas com dimensões reduzidas. No entanto, a segunda geração do XC60 ainda remete ao seu antecessor, seja pelo design característico, com linhas mais musculosas em relação ao desenho mais tradicional do XC90, seja pelo uso do mesmo conjunto mecânico de sua primeira geração. O motor T5 2.0 turbo da família de motores Drive-E veio remapeado para ganhar 9 cavalos a mais em relação aos originais 245. O câmbio segue o Geartronic automático de oito marchas, que foi lançado junto com os motores Drive-E em 2014.
As novidades são a tração integral nesta motorização T5(antes presente apenas nas versões seis cilindros ou nas versões com motor à Diesel) e os 5 modos de condução:
– Eco: Adapta o veículo para uma condução mais eficiente, mudando o tempo das trocas de marcha e controlando algumas funções de climatização;
– Comfort: Modo de condução normal do veículo, focado em conforto e amortecimento, proporcionando movimentos mais suaves da carroceria;
– Off Road: Maximiza a aderência do automóvel em terrenos de pouca aderência contando com a ajuda do assistente de descidas (Hill DescentControl) até 40 km/h;
– Dynamic: Comportamento mais esportivo e resposta mais imediata em acelerações;
– Individual: condutor define os ajustes de acordo com suas preferências.
Quanto às configurações, todas as versões vieram mais recheadas. Começando pela Momentum (R$ 239.950,00), esta já conta com câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, GPS, teto solar panorâmico com abertura, faróis FULL LED direcionais, bancos dianteiros com ajustes elétricos e banco do motorista com memórias de posição, sensores de chuva e crepuscular, rodas de liga leve de 19 polegadas, piloto automático, painel de instrumentos digital de 8” personalizável, ar condicionado digital dual zone, central multimídia com interatividade para os sistemas Apple CarPlay e Android Auto, sistema digital de leitura de placas de sinalização do trânsito, sistema de alerta de mudança de faixa, assistente de frenagem de emergência, alerta de colisão frontal, assistente de partida em aclive e declive, assistente de descidas íngremes, entre outros itens.
Elegância em todos os detalhes
A versão Inscription (R$ 259.950,00) conta com um apelo visual mais voltado para elegância, possuindo frisos cromados na grade, nos para-choques e nas portas. As rodas diamantadas são de 20 polegadas e as ponteiras duplas de escapamento são integradas ao para-choque traseiro. Em relação à Momentum, essa versão acrescenta abertura e fechamento elétrico do porta-malas com função Hands-Free, sistema keyless de travamento e destravamento das portas, sistema de alerta de ponto cego e tráfego lateral (BLIS) com Cross TrafficAlert e assistente de direção, alerta de colisão traseira, painel de instrumentos digital de 12,3” personalizável, assentos dianteiros com aquecimento e com ajuste de extensão mecânico, piloto automático adaptativo com condução semiautônoma até 130 km/h (PilotAssist 2), retrovisores externos com escurecimento automático e chave revestida em couro com função memória.
Por último, a versão R-Design (R$ 269.950,00) oferece uma proposta mais esportiva, contando com rodas de 21 polegadas, chassi Sport, paddle shifts, sistema de áudio com subwoofer, acabamentos externos em alumínio fosco, capas dos retrovisores externos em tom prata fosco, soleiras e pedaleiras em alumínio escovado eassentos sempre em couro preto e com a parte central em nobuck.
A concessionária AB Gotland Volvo no Rio de Janeiro gentilmente nos cedeu uma versão Momentum para avaliação. Mesmo na primeira versão, o visual já impressiona pelas rodas diamantadas aro 19”, os faróis full LED, o amplo teto panorâmico e as ponteiras duplas de escapamento em aço inox. Sua identidade própria fica mais marcante na traseira, onde as lanternas em LED prolongam-se horizontalmente na tampa da mala e dão um visual mais imponente em relação ao XC90. Ao vivo é onde percebemos que o carro ficou maior (4,69 metros) que seu antecessor (4,65 metros). Os passageiros do banco de trás são quem agradecem, afinal são 9 cm a mais de entre-eixos e 2,86 metros de distância no total.
Materiais de primeira linha
Ao entrar no carro, a aplicação de materiais de qualidade chama a atenção, com os assentos em couro legítimo na tonalidade marrom (juntando-se as opções carvão, cinza claro e caramelo) e de outros acabamentos em alumínio. Você só percebe que não está dentro de um XC90 por causa das saídas de ar condicionado com aletas verticais ao invés das aletas horizontais do irmão maior. No mais, o painel de instrumentos digital, o display central de 9” e o console central são iguais. Para dar partida basta pisar no freio e girar para a direita o botão “Start/Stop” localizado no console entre os bancos.
É em movimento que sentimentos uma das maiores diferenças para a antiga geração. A direção elétrica deixa os movimentos muito mais leves e suaves (a antecessora vinha com direção eletro hidráulica). Para acentuar ainda mais essa sensação, o volante de menor diâmetro facilita nas manobras e nos passa a impressão de estarmos dirigindo um carro de menor porte. Apesar de não ter grandes mudanças no conjunto mecânico, só de colocarmos no modo de condução “Performance”, a troca de marchas acontece em um giro mais alto e tornam a experiência mais divertida e dinâmica. Outra função bem interessante e útil para o dia a dia é o sistema de leitura de placas de sinalização do trânsito, que através de uma câmera atrás do para-brisas detecta a presença de placas de trânsito refletivas e as informa no painel de instrumentos. Se o condutor se distrair e deixar o carro sair involuntariamente da faixa, o volante não só vibra como também traz o carro de volta.
No console praticamente não há botões, tudo é feito pelo display principal. São três telas que exibem alguns dos dispositivos de tecnologia e de segurança veículo, aplicativos e funções como mídia, GPS e pareamento do telefone. O carro conta inclusive com uma entrada para um chip de dados convencional, podendo utilizar o veículo como hot spot para até 5 celulares e também para utilizar os aplicativos online que podem ser baixados na central de downloads do veículo. Essa funcionalidade permite até mesmo que atualizações de mapas sejam baixadas sem que o proprietário tenha que trazer o veículo na concessionária. A conectividade com o Android Auto traz o tão desejado Waze e também o Google Maps.
Os assentos têm ótima ergonomia, abraçando os passageiros e tornando viagens mais longas menos cansativas. Outros dois fatores que tornam os deslocamentos mais prazerosos são o sistema de acústica que praticamente não traz ruídos externos e o motor silencioso.
Assistência virtual
Como não testamos as versões do XC60 que possuem a condução semiautônoma, demos uma rápida volta em um XC90 híbrido que possui o mesmo sistema. Para que o carro assuma literalmente o volante, primeiro é necessário colocar em funcionamento o piloto automático adaptativo. Ao ligar o PilotAssist, aparece o ícone de um volante no painel de instrumentos. Quando o ícone fica verde, o carro assume a direção corrigindo a posição do veículo entre as faixas de trânsito e até mesmo fazendo curvas leves. A sensação de ver o carro fazer tudo por você é incrível e parece que estamos em um daqueles de filmes de ficção científica que simulam a vida em um futuro distante.
A Volvo, no entanto, frisa que este dispositivo serve apenas para auxiliar na condução enão para substituir a função do motorista. Até mesmo porque após dez segundos, o veículo pede para que o condutor coloque as mãos no volante. Caso o comando não seja realizado, imediatamente a condução semiautônoma é desligada.
Inicialmente o preço da nova geração assusta se comparado ao antigo modelo. Porém, se o compararmos com os concorrentes diretos (Audi Q5, BMW X3, MB GLC e Land Rover Discovery Sport), sua faixa de preço está bem adequada e seu pacote de itens de série vem até mais farto que o dos principais rivais.
Alguns itens do irmão maior seriam muito bem vindos ao XC60, como a suspensão pneumática, sistema de câmeras com visão de 360 graus, parkassist, headup display e sistema de áudio premium da Bowers& Wilkins. Enquanto esses itens não são ofertados, quem fizer questão vai ter que recorrer ao XC90.Para 2018, a Volvo já confirmou que chegam as versões com motorizações Diesel e Híbrido. Enquanto isso, fico imaginando como vai ser meu próximo teste com um SUV de até 407 cv capaz de fazer médias de consumo acima de 15 km/l (futura versão T8 híbrida).
*Veículos gentilmente cedido pela concessionária AB Gotland da Barra (https://www.grupoab.com.br/volvo /)
*Ficha técnica:
Motor/Performance
Motorização: 2.0
Alimentação Gasolina injeção direta
Combustível Gasolina
Potência (cv) 254.0
Cilindrada (cm3) 1.969
Torque (Kgf.m) 35,7
Velocidade Máxima (Km/h) 220
Tempo 0-100 (Km/h) 6.8
Consumo cidade (Km/L) 8.2
Consumo estrada (Km/L) 10.9
Dimensões
Altura (mm) 1658
Largura (mm) 1902
Comprimento (mm) 4688
Entre-eixos (mm) 2865
Peso (kg) 1779
Tanque (L) 70.0
Porta-malas (L) 495
Ocupantes 5
Mecânica
Câmbio Automática com modo manual de 8 marchas
Tração 4×4
Direção Eletro-hidráulica
Suspensão dianteira Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo multibraço e traseira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Freios Quatro freios à disco com quatro discos ventilados.
*Dados do fabricante
Por André Richers