Promessa do Estado, Projeto Iguaçu não sai do papel

Na Rua Perseverança, o valão transborda nas fortes chuvas Fotos: Ivan Teixeira

Na Rua Perseverança, o valão transborda nas fortes chuvas
Fotos: Ivan Teixeira

Há quase uma década moradores de Nova Iguaçu aguardam a execução da fase final do “Projeto Iguaçu”. Uma obra que tem como objetivo o controle de inundações e a recuperação ambiental das bacias dos Rios Iguaçu, Botas e Sarapuí. O projeto beneficiaria ao todo, seis municípios na Baixada Fluminense. No entanto, até hoje, moradores do bairro Danon, em Nova Iguaçu, aguardam o programa sair do papel.
De acordo com Alcy Maihoní, integrante do Comitê de Acompanhamento de Obras (CAO) do Rio Botas/Nova Iguaçu, em 2015 o Tribunal de Contas da União (TCU) congelou os repasses para a execução da obra em Nova Iguaçu, devido a irregularidades nas fases anteriores do projeto. “O TCU encontrou muita irregularidade na fase 3 do projeto. O INEA (Instituto Estadual do Ambiente) não finalizou a fase 2 e não iniciou a fase 3. Apesar da prioridade e emergência que o caso exige, não existe uma perspectiva de quando irá se iniciar”, contou Alcy. “Para nós iguaçuanos a fase 3 é considerada a mais importante pela prevenção e combate as cheias em nossa região”, complementou.
Segundo o membro do CAO, o prazo de término do projeto estava previsto para junho de 2011, mas até o momento ainda não saiu do papel. Nele, era esperada a recuperação de áreas, instalação de parques, orlas e ciclovias, reflorestamento e preservação de áreas para o amortecimento das cheias.

Prefeitura de Nova Iguaçu assume responsabilidade do INEA

Alcy Maihoní é integrante do Comitê de Acompanhamento de Obras (CAO) do Rio Botas/Nova Iguaçu Fotos: Ivan Teixeira

Alcy Maihoní é integrante do Comitê de Acompanhamento de Obras (CAO) do Rio Botas/Nova Iguaçu
Fotos: Ivan Teixeira

Na fase 2, alguns moradores do Danon foram remanejados e como indenizações receberam aluguel social. Segundo Alcy Maihoní, o INEA tem atrasado o pagamento. “A comunidade ribeirinha que foi desalojada em 2012/2013 não foi realocadas até hoje. As famílias estão recebendo aluguel social, e vem atrasando com frequência. Elas deveriam ter sido realocadas para o Conjunto Habitacional Residencial Bento Rubião, localizado no bairro Cerâmica. Ele foi construído com verbas do INEA para atender essas famílias”, contou.
Ainda segundo Maihoní, a Prefeitura de Nova Iguaçu assumiu a construção do conjunto residencial. “O INEA, por razões desconhecidas, deixou de atender às famílias que foram desalojadas. A prefeitura assumiu a obra, com verbas do município, e os incluiu no Programa Minha Casa Minha Vida”, disse o integrante do Comitê de Acompanhamento de Obras.
Procurado pelo Jornal de Hoje para esclarecimentos, o Instituto Estadual do Ambiente não se manifestou até o fechamento desta edição.
Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)

error: Conteúdo protegido !!