Um perigo chamado Estrada de Madureira

Asfalto irregular, buracos e lama no trecho do Alvorada Foto: Gabriele Souza

Asfalto irregular, buracos e lama no trecho do Alvorada
Foto: Gabriele Souza

A má conservação da RJ – 105, identificada como Avenida Abílio Augusto Távora e também conhecida como Estrada de Madureira, tem sido motivo de reclamações constantes de motoristas e pedestres que circulam pela região. Os buracos ao longo da via que é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER – RJ) além de causarem prejuízo aos condutores, são os principais responsáveis por acidentes. Outro fator que atrapalham a vida de quem circula pelo local são os semáforos apagados.

Chegar na Palhada é um desafio, enfrentado diariamente por quem mora, ou precisa passar pela estrada para chegar ao seu destino. A auxiliar de produção Suely de Paulla, 45 anos, é moradora do bairro há quase 30 anos e se sente enjoada durante o caminho para o trabalho por conta do balanço do ônibus. “Como trabalho em Seropédica, o ônibus anda essa estrada toda. Os desvios que o motorista precisa fazer para não evitar os buracos me fazem chegar enjoada no trabalho”, contou.

Semáforo apagado no Marco Dois dificulta a travessia de pedestre Foto: Gabriele Souza

Semáforo apagado no Marco Dois dificulta a travessia de pedestre
Foto: Gabriele Souza

Na Palhada, a lama estreitou a pista Foto: Gabriele Souza

Na Palhada, a lama estreitou a pista
Foto: Gabriele Souza

 

 

 

 

 

 

 

 

O desvio de um desses buracos no bairro do Valverde provocou o acidente que resultou na morte do menino Hudson Ribeiro Brito da Silva, de 12 anos, no último dia 14 de abril. Uma semana depois, na noite do dia 24, mais um acidente grave aconteceu na Estrada de Madureira. Dessa vez envolveu um ônibus e um carro de passeio próximo ao Viaduto dos “Cabritos”, no Km 32. Duas pessoas morreram.

Em dias chuvosos, o perigo da rodovia aumenta. As crateras se camuflam sobre a água e quem não conhece a pista, acaba ficando pelo caminho. Em uma reportagem publicada pelo Jornal de Hoje na edição do dia 10 de março, Jorge Luiz, proprietário de uma borracharia no bairro Marco Dois, disse que atendia no mínimo dois motoristas por semana. Desde então o número não mudou e os principais serviços da borracharia são os de reparos em veículos que rasgaram pneus ao longo da Estrada de Madureira, informou o borracheiro.
O motorista Raphael Vieira relatou que por conta da negligência do DER – RJ em relação a manutenção da pista, passou por uma situação de perigo na RJ-105. “Essa obra já ultrapassou o nível de transtornos, não somente por causa do abandono, mas sim por causa do descaso. Rasguei minha roda em um buraco às 23h, próximo a comunidade do Danon. Por conta do horário e da localidade, não havia nenhuma borracharia aberta”, disse Raphael.

Semáforo apagado no Bairro da Luz Foto: Gabriele Souza

Semáforo apagado no Bairro da Luz
Foto: Gabriele Souza

Há duas semana, o semáforo caiu. Por sorte não deixou feridos Foto: Gabriele Souza

Há duas semana, o semáforo caiu. Por sorte não deixou feridos
Foto: Gabriele Souza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Risco ao desviar de buracos

Ao desviar dos buracos, motoristas põe em risco a vida dele e dos que estão no entorno. Comerciantes locais relatam que a imprudência é constante e os “quase-acidentes’’ viraram rotina. No bairro Alvorada o vendedor de abacaxi Francisco Oliveira, de 42 anos, disse que o descuido vem tanto de pedestres como de motoristas. “Aqui ninguém respeita o semáforo, inclusive os pedestres. Atravessam na frente dos carros e ainda acham que estão certos. Já vi muitos quase perderem a vida aqui”, relatou o comerciante.

No Alvorada, a lama também estreitou a pista Foto: Gabriele Souza

No Alvorada, a lama também estreitou a pista
Foto: Gabriele Souza

Pista esburacada na Palhada Foto: Gabriele Souza

Pista esburacada na Palhada
Foto: Gabriele Souza

 

 

 

 

 

 

 

 

Semáforos apagados

Outro fator que contribui para a imprudência de pedestres e motoristas são nas travessias com semáforos. No cruzamento da RJ-105 com a RJ-108 – a Via Light – , o semáforo da Estrada de Madureira está apagado. Quem circula pela região diz que essa situação está causando perigo. “Com esse sinal apagado atravessar para o outro lado fica difícil, quem vem da Estrada de Madureira não sabe se o sinal está aberto ou fechado”, contou a aposentada Valéria Guimarães de 72 anos.

Próximo ao cruzamento com a Avenida da Luz, o lanterneiro Rodrigo Castro, informou que há duas semanas o semáforo caiu, segundos após a passagem de um carro. “Um carro passou e o sinal caiu, por pouco não causou um acidente aqui. O sinal ta aqui há duas semanas e ninguém vem buscar”, contou o lanterneiro.

Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem informou que “retomou recentemente os serviços de manutenção rotineira da RJ-105 com o objetivo de melhorar a trafegabilidade na rodovia. Os trabalhos são realizados paralelamente enquanto o órgão aguarda a liberação de recursos para dar prosseguimento às obras de recuperação do pavimento, construção de acostamento e baia de ônibus na via, no valor de 35 milhões de reais. Além de melhorias operacionais, que incluem recuperação da sinalização horizontal e vertical, o órgão intensificou os serviços de tapa-buraco no local. O DER-RJ destacou uma patrulha asfáltica de 15 funcionários para o Bairro da Luz, considerado um dos pontos mais críticos da estrada, de 22 km de extensão. Os serviços se estenderão até os bairros Jardim Alvorada e Cabuçu”, informou o órgão.
Já a prefeitura de Nova Iguaçu, responsável pela manutenção dos semáforos, informou em nota que “de acordo com o secretário de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, Rubens Borborema, até terça-feira o problema dos semáforos estarão resolvidos”.
Por Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)

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